quinta-feira, 6 de junho de 2013

As 12 Promessas do Coração de Jesus


Nestes próximos dias comentaremos cada uma das 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690). Esta religiosa da Ordem da Visitação viveu um intensa experiência mística no convento onde vivia em Paray-Le-Monial, na França. Isto aconteceu entre os anos de 1673 e 1675. Nos seus momentos se oração a santa tinha visões em que Jesus lhe mostrava seu coração ferido, coroado de espinhos, porém inflamado de amor pela humanidade. Hoje quase em cada lar católico do Brasil existe uma imagem do Sagrado Coração de Jesus.

É claro que no começo Margarida Maria sofreu a oposição e descrença de suas co-irmãs e até mesmo das autoridades religiosas. Mas sua obediência e humildade falaram mais forte. Os frutos confirmaram que aquela revelação particular serviria para a edificação de toda a Igreja. Muitos se converteram. Mudaram de vida. Surgiram congregações religiosas dedicadas ao Coração de Jesus. E o Senhor pode exultar novamente de alegria: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25).

Hoje a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus fala forte na alma do nosso povo. Eu mesmo assino meu nome com uma sigla que muitas pessoas não entendem: “scj”. Significa Sagrado Coração de Jesus. Você encontrará as mesmas letras após o nome do Pe. Zezinho, Pe. Alírio, Pe. Leo, Dom Murilo… somos da mesma congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, fundada por Pe. João Leão Dehon, na França em 1878. É fácil concluir que Pe. Dehon foi um admirador incondicional de Santa Margarida Maria. Por isso aceitei com muita alegria o desafio de escrever este livro. Você agora entende porque a canção que mais marca minha história se chama justamente: “Conheço um Coração”.

Mas preciso lhe fazer uma confissão. Apesar de ser padre do Coração de Jesus há muitos anos, sempre soube muito pouco a respeito das 12 promessas. Quando era adolescente até fiz as 9 primeiras sextas-feiras. E me fez muito bem. Mas depois fui amadurecendo, estudando, e comecei a achar que havia algo de muito automático nas promessas. Confesso que deixei esta devoção popular um pouco de lado. Apaixonei-me pelo Coração de Jesus apresentado na Bíblia. Textos como o do Profeta Ezequiel no capítulo 36 tocavam fundo em mim. Outro texto marcante é o do Evangelho de João, capítulo 19, onde o Coração de Jesus é traspassado na cruz. Saem água e sangue, que simbolizam o Batismo e a Eucaristia, os maiores presentes do Coração de Deus. Depois me encantei com a teologia do Coração de Jesus. Grandes pensadores chegaram a conclusões belíssimas: o Coração é visto como sacrário da intimidade, lugar do encontro maior, expressão da identidade total. Gostei de saber que o coração é algo mais que um símbolo para as emoções ou paixões. É expressão do Amor. E o Amor é muito mais do que a paixão. Amar é querer e fazer o bem ao outro. Paixão é querer o outro para seu próprio bem.

Um dia destes toca o telefone e alguém faz o pedido: Você poderia escrever algo sobre as 12 promessas do Coração de Jesus? Não me pediram para escrever sobre a Bíblia ou a Teologia. O pedido foi sobre a devoção popular. Fui falar com meus mestres, os padres mais antigos. Revirei velhos livros. Encontrei um tesouro. Comecei a perceber que existe muito sentido em cada uma das 12 promessas. É claro que elas não devem ser entendidas de modo mágico, automático ou supersticioso. Também não é objeto obrigatório de fé. A Igreja ensina que os cristãos não são obrigados a acreditar ou aceitar a autenticidade das revelações privadas. Cada um pode fazer uso do sentido comum e da fé que Deus lhe deu.

Acompanhe cada capítulo. Vamos mergulhar passo a passo no Coração de Deus. Vamos mergulhar no Amor.

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