sábado, 30 de março de 2013

'FILHOS da PÁSCOA' ... Pe. Fábio de Melo


Da esperança, a dor; o sentido oculto que move os pés; o desejo incontido de ver as estradas se transformando, aos poucos, em chegadas rebordadas de alegrias. Ir; um ir sem tréguas, senão as poucas pausas dos descansos virtuosos que nos devolvem a nós mesmos. Idas que não findam e que não esgotam os destinos a serem desbravados. Passagens; páscoas e deslocamentos.

Eu vou. Vou sempre porque não sei ficar. Vou na mesma mística que envolveu os meus pais na fé, os antepassados que viram antes de mim. Vou envolvido pela morfologia da esperança; este lugar simples, prometido por Deus, e que os escritores sagrados chamam de Terra Prometida. Eu quero. 

O lugar sugere saciedade e descanso. Sugere ausência de correntes e cativeiros...

Ainda que o caminho seja longo, dele não desisto. Insisto na visão antecipada de seus vislumbres para que o mar não me assuste na hora da travessia. Aquele que sabe antecipar o sabor da vitória, pela força de seu muito querer, certamente terá mais facilidade de enfrentar o momento da luta.

O povo marchava nutrido pela promessa. A terra seria linda. Nela não haveria escravidão. Poderiam desembrulhar as suas cítaras; poderiam cantar os seus cantos; poderiam declamar os seus poemas. A terra prometida seria o lugar da liberdade...

Mas antes dela, o processo. Deus não poderia contradizer a ordem da vida. Uma flor só chega a ser flor depois que viveu o duro processo de morrer para suas antigas condições. O novo nasce é da morte. Caso contrário Deus estaria privando o seu povo de aprender a beleza do significado da páscoa. Nenhuma passagem pode ser sem esforço. É no muito penar que alcançamos o outro lado do rio; o outro lado do mar...

E assim o foi. O desatino das inseguranças não fez barreira às esperanças de quem ia. O mar vermelho não foi capaz de amedrontar os desejantes da Terra, os filhos da promessa. Pés enxutos e corações molhados, homens e mulheres deitaram suas trouxas no chão; choraram o doce choro da vitória, e construíram de forma bela e convincente o significado do que hoje também celebramos.

A vida cresceu generosa. O significado também.
Ainda hoje somos homens e mulheres de passagens; somos filhos da Páscoa.

Os mares existem; os cativeiros também. As ameaças são inúmeras. Mas haverá sempre uma esperança a nos dominar; um sentido oculto que não nos deixa parar; uma terra prometida que nos motiva dizer: Eu não vou desistir!
E assim seguimos. Juntos. Mesmo que não estejamos na mira dos olhos.

O importante é saber, que em algum lugar deste grande mar de ameaças, de alguma forma estamos em travessia...

Páscoa - Vida Nova em Cristo Jesus....

Páscoa 

"Todos os cristãos sabem que Páscoa é o aniversário da ressurreição de Jesus. Muitos ignoram que Páscoa foi uma festa, uma grande festa, muito antes de Jesus no mundo.
O Evangelho, entretanto, nos convida a nela refletir. Ele não nos diz somente que cada ano Jesus ia a Jerusalém para a festa da Páscoa; ele não fala somente que a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus tinham lugar durante as festas da Páscoa; ele nos mostra o Cristo ensinando seus discípulos que "sua hora", era aquela da Páscoa: "Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco". A Páscoa cristã saiu da Páscoa judaica como de uma velha árvore um ramo cheio de seiva.
A Igreja aí não se engana. Durante a Semana Santa e especialmente na 6a Feira e Sábado Santo, ela multiplica suas alusões à antiga Páscoa. Se queremos com ela celebrar a Páscoa Cristã, precisamos olhar a Páscoa judaica e retomar, para ultrapassar, a emoção e a alegria dos judeus de quando eles iam cada ano a Jerusalém para festejar a Páscoa.

1. A PÁSCOA JUDAICA
Era a maior festa do ano. Para celebrá-la todo judeu, a partir dos 12 anos, subia à Jerusalém. Era na cidade santa que se comia o cordeiro pascal. Mas por que estas cerimônias? Por que esta festa?

a) Uma intervenção de Deus
Naquele tempo, quer dizer, doze ou catorze séculos antes de Jesus Cristo, os judeus eram escravos no Egito, sujeitos a duros trabalhos. O rei do Egito, o Faraó, havia ordenado fossem mortas todas as crianças do sexo masculino. Ele queria exterminar a raça. Fatos recentes nos permitem compreender a grosseria da luta e o drama horrível das famílias.
Deus intervém para salvar este povo, e não somente para salvar, mas para lhe dar uma missão. Porque este povo devia preparar no mundo a vinda do Messias.

A libertação se faz em três tempos: (Ex 12,1-14; 21-28)
1- Uma preparação misteriosa. Sob a ordem de Deus em cada família, matava-se um cordeiro e comia-se um cordeiro e comia-se às presas depois de ter colocado seu sangue nos batentes das portas.

2- Uma situação desesperadora. Logo após esta ceia o povo colocar-se-ia sob a condução de Moisés. Mas Faraó e seus exércitos alcançaram os judeus no momento em que eles chegaram no Mar Vermelho. Encurralados no mar, sem armas, eles vão ser aniquilados. Os sobreviventes deveriam se sujeitar a uma escravatura pior ainda que aquela que já conheciam.

3- Um milagre se processa. É então que Moisés, sob a ordem de Deus, estende a mão em direção ao mar, e as águas se abrem para dar passagem aos hebreus. Assim que eles terminaram de passar e que Faraó quer tomar o mesmo caminho, o mar volta ao seu percurso matando os egípcios e todo seu exército. A alegria brilha. Um cântico de ação de graças ecoou. O povo está são e salvo, é livre. Vai assim caminhar para a Terra Prometida.

b) Uma Festa anual
A passagem do Mar Vermelho é a maior data histórica nacional dos judeus e uma das maiores da história religiosa do mundo.
Este dia, graças à intervenção de Deus, os Judeus passaram (Páscoa quer dizer passagem) da escravidão à liberdade, do exílio à pátria, da terra dos ídolos àquela do verdadeiro Deus, do país de escravidão à terra prometida. Ontem eles esperavam a morte, hoje a vida lhes é dada. Um tal acontecimento não poderia ficar na sombra. 
Cada ano, na data do aniversário da passagem do Mar Vermelho, os judeus se dirigiam à Jerusalém para ir celebrar uma festa: a Páscoa. Como outrora seus pais, antes de deixar o Egito, eles refaziam a misteriosa preparação, comiam um cordeiro, o cordeiro pascal; depois durante a ceia, cantavam como seus pais outrora, depois da passagem do Mar Vermelho, salmos de louvor a Deus que libertou seu povo.

2. A PÁSCOA DE CRISTO
Cada ano, Jesus celebrava a festa da Páscoa e comia o cordeiro pascal. Mas ele sabia o que significava este alimento misterioso. Era Ele, o verdadeiro Cordeiro de Deus cujo sangue derramado sobre o madeiro da Cruz nos abriria caminho do céu. Uma Páscoa, uma outra passagem o esperava. Leiamos um trecho do evangelho de São Lucas, que nos coloca dentro desta realidade (Lucas 22,7-20).

É o início da Páscoa de Cristo...
a) Uma preparação misteriosa. Na Quinta Feira Santa, com seus discípulos, ele toma a ceia pascal, primeira vez celebra a eucaristia. Ceia misteriosa também.

b) Uma situação desesperadora. Na Sexta Feira Santa, depois de uma agonia, dois processos, a flagelação, o coroamento de espinhos e a pregação na cruz, ele morre. Todas as esperanças desaparecem. Tudo parece perdido.

c) Um milagre sem precedente. Mas na manhã da Páscoa, Jesus ressuscitou. Ele só passou pela morte para entrar na vida. Passou agora da morte à vida, da vida do tempo aquela da eternidade, da escravidão para a liberdade, do sofrimento para a alegria, da terra dos ídolos àquela de seu Pai, do exílio à Pátria. Esta passagem, esta Páscoa de Cristo, é a verdadeira Páscoa. A Páscoa antiga não é senão figura da nova Páscoa.

3. A PÁSCOA DOS CRISTÃOS
a) O Batismo: É o batismo que nos associa à Páscoa do Cristo e traz até nós seus benefícios. O batismo nos faz passar, nós também, da terra dos ídolos àquela do verdadeiro Deus, do exílio à Pátria, do Império de Satã ao reino de Deus, da vida da terra àquela do Espírito, da escravidão do pecado para a liberdade dos filhos de Deus. Ele nos introduz na Igreja, de que a terra prometida era uma figura. Ele nos faz passar da morte do pecado à vida da graça. Como a primeira Páscoa, ele se opera na água. Como a Páscoa do Cristo ele nos dá a vida eterna.

b) Uma Festa anual: A festa da Páscoa é a grande celebração anual da Páscoa de Cristo e do Batismo. Toda a nossa liturgia nos convida a seguir, passo a passo, os gestos de Cristo durante os últimos dias de sua vida mortal e durante as primeiras horas de sua ressurreição. E quando chega o momento mais solene desta semana, no ofício do Sábado Santo, o Batismo se torna a grande preocupação da Igreja. Pelo Batismo nós reproduzimos a morte e a ressurreição de Jesus. Páscoa é um aniversário. Muito mais que um aniversário. Da mesma forma que os judeus, celebrando a sua Páscoa, davam graças a Deus por sua libertação, assim também durante os dias da grande Semana da Páscoa, nós louvamos a Deus que nos resgatou e que faz de todos nós o seu povo. E desde já, sabendo que a paixão, morte e ressurreição de Cristo nos merecem o céu, nós aspiramos por esta última Páscoa, que, um dia fará todos os batizados entrarem no canto de ação de graças na verdadeira e definitiva Terra Prometida.
Os dias da Semana Pascal formam um todo. Páscoa não é um dia. Páscoa é uma passagem. A passagem da vida, restrita no tempo, à vida, marcada pela eternidade. A celebração desta passagem, na liturgia da Páscoa, começa no Domingo de Ramos e caminha até a aurora da ressurreição. Não se deve separar o que Deus uniu. Não se deve olhar a cruz sem antever a ressurreição. Não se pode contemplar o Cristo Ressuscitado sem ver o seu corpo glorioso marcado pelas cicatrizes da Paixão. São os sinais da sua passagem pela morte. São as provas irrecusáveis de que ele nos mereceu a graça de passar da terra dos homens àquela de Deus.
"Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa, CS

quarta-feira, 27 de março de 2013

• Entenda o significado do beijo na Cruz na Sexta-feira Santa.


Em todo o ano, existe somente um dia em que não se celebra a Santa Missa: a Sexta-Feira Santa. Ao invés da Missa temos uma celebração que se chama Funções da Sexta-feira da Paixão, que tem origem em uma tradição muito antiga da Igreja que já ocorria nos primeiros séculos, especialmente depois da inauguração da Basílica do Santo Sepulcro e do reencontro da Santa Cruz por parte de Santa Helena (ano 335 d.C.).

Esta celebração é dividida em três partes: a primeira é a leitura da Sagrada Escritura e a oração universal feita por todas as pessoas de todos os tempos; a segunda é a adoração da Santa Cruz e a terceira é a Comunhão Eucarística, juntas formam o memorial da Paixão e Morte de Nosso Senhor. Memorial não é apenas relembrar ou fazer memória dos fatos, é realmente celebrar agora, buscando fazer presente, atual, tudo aquilo que Deus realizou em outros tempos. Mergulhamos no tempo para nos encontrarmos com a graça de Deus no momento que operou a salvação e, ao retornarmos deste mergulho, a trazemos em nós.

Os cristãos peregrinos dos primeiros séculos a Jerusalém nos descrevem, através de seus diários que, em um certo momento desta celebração, a relíquia da Santa Cruz era exposta para adoração diante do Santo Sepulcro. Os cristãos, um a um, passavam diante dela reverenciando e beijando-a. Este momento é chamado de Adoração à Santa Cruz, que significa adorar a Jesus que foi pregado na cruz através do toque concreto que faziam naquele madeiro onde Jesus foi estendido e que foi banhado com seu sangue.

Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à Santa Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, temos nosso coração e nossa mente que ultrapassa aquele madeiro, ultrapassa o crufixo, ultrapassa mesmo o local onde estamos, até encontrar-se com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus, é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali, é beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. O objeto é um símbolo, ao reverênciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, o fato que foi através da Cruz que fomos salvos.

Nós cristãos temos a consciência que Jesus não é apenas um personagem da história ou alguém enclausurado no passado acessível através da história somente. "Jesus está vivo!" Era o que gritava Pedro na manhã de Pentecostes e esse era o primeiro anúncio da Igreja. Jesus está vivo e atuante em nosso meio, a morte não O prendeu. A alegria de sabermos que, para além da dolorosa e pesada cruz colocada sobre os ombros de Jesus, arrastada por Ele em Jerusalém, na qual foi crucificado, que se torna o simbolo de sua presença e do amor de Deus, existe Vida, existe Ressurreição. Nossa vida pode se confundir com a cruz de Jesus em muitos momentos, mas diante dela temos a certeza que não estamos sós, que Jesus caminha conosco em nossa via sacra pessoal e, para além da dor, existe a salvação.

Ao beijar a Santa Cruz, podemos ter a plena certeza: Jesus não é simplesmente um mestre de como viver bem esta vida, como muitos se propõem, mas o Deus vivo e operante em nosso meio.

Padre Antônio Xavier

sexta-feira, 22 de março de 2013

Vaticano: Papa quer «construir pontes» com o Islão e os não crentes Francisco realça importância das religiões para a construção da paz a nível global.


Cidade do Vaticano, 22 mar 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje a sua intenção de construir “pontes” com “todos os homens” e sublinhou a importância do diálogo inter-religioso para a construção da paz, destacando a importância do Islão.
“Não se podem construir pontes entre os homens esquecendo Deus e vice-versa: não se podem viver verdadeiras ligações com Deus, ignorando os outros. Por isso, é importante intensificar o diálogo entre as diversas religiões: penso, antes de tudo, no diálogo com o Islã”, declarou, num encontro com os membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé.
O Papa argentino disse ter apreciado “muito” a presença de autoridades civis e religiosas do mundo islâmico na missa de inauguração do pontificado, que decorreu esta terça-feira, no Vaticano.
“Desejo que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de tal modo que cada um possa encontrar no outro, não um inimigo nem um concorrente, mas um irmão que se deve acolher e abraçar”, revelou.
Francisco aludiu, por outro lado, à necessidade de “intensificar o diálogo com os não crentes”, para que se superem “as diferenças que separam e ferem” e se promova “o desejo de construir verdadeiros laços de amizade entre todos os povos”.
O Papa explicou que um dos seus títulos é “pontífice”, ou seja, “aquele que constrói pontes, com Deus e entre os homens”.
“As minhas próprias origens impelem-me a trabalhar por construir pontes. Na verdade, como sabeis, a minha família é de origem italiana e assim está sempre vivo em mim este diálogo entre lugares e culturas distantes, entre um extremo do mundo e o outro”, declarou Francisco, de 76 anos, nascido na Argentina.
Segundo o Papa, os povos da terra estão “cada vez mais próximos, interdependentes e necessitados de se encontrarem e criarem espaços efetivos de autêntica fraternidade”.
“Desejo renovar aos vossos Governos o meu agradecimento pela sua participação nas celebrações por ocasião da minha eleição, com votos de um frutuoso trabalho comum”, concluiu.
A Santa Sé tem relações diplomáticas com 180 países, a que se somam a União Europeia, a Ordem Soberana de Malta e a Organização para a Libertação da Palestina.

sábado, 16 de março de 2013

Papa Francisco fala sobre a escolha do nome.....


O Papa Francisco realizou neste sábado (16) uma audiência no Vaticano com todos os jornalistas ainda presentes em Roma após o conclave que o elegeu novo líder da Igreja Católica. Segundo o Vaticano, cerca de 6 mil jornalistas se credenciaram para a cobertura, e todos foram convidados para o encontro.
Muito sorridente e simpático, o Papa abriu seu discurso, de cerca de 10 minutos, agradecendo o trabalho dos jornalistas e falando um pouco sobre o papel da Igreja, lembrando que “Cristo é o centro de tudo, não o sucessor de Pedro.” Apesar da solenidade do encontro, ele fez os presentes rirem em algumas vezes – como quando lembrou o quanto os jornalistas trabalharam no Vaticano nos últimos dias. Um momento importante principalmente para os brasileiros foi quando o Papa explicou porque escolheu o nome Francisco. "Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo. Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. [...] Ele me abraçou, me beijou e disse: 'Não se esqueça dos pobres'. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis.
O Papa também relembrou que Francisco de Assis era um homem da pobreza e da paz. “Como eu queria uma Igreja pobre, e para os pobres”, afirmou. Muitos jornalistas italianos levaram familiares ao encontro, inclusive crianças. O Papa abençoou todos os presentes – mesmo aqueles que não eram católicos, que, segundo ele, “são filhos de Deus.” O encontro com o Papa foi uma oportunidade única – é muito difícil estar tão próximo de um pontífice, ainda mais de um que está há tão poucos dias no trono de Pedro. Muitos jornalistas, principalmente de meios católicos, ficaram visivelmente emocionados. A simpatia do novo Papa e sua simplicidade também ajudaram o pontífice a cativar os presentes. No fim, o Papa ainda afagou um cão-guia de um jornalista cego que o cumprimentou no palco, e saiu acenando para os jornalistas.
tópicos:
Papa Francisco, Vaticano.
tópicos:

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam! Viva o Papa!

Filhos e filhas,

Habemus Papam! Viva o Papa! 

Nesta mensagem de hoje quero relatar minha alegria e orgulho de ser sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, conduzida pelo Espírito Santo. Enquanto toda a imprensa internacional apontava italianos e brasileiros para o vencedor da eleição, o Espírito de Deus suscitou entre os cardeais o nome de Jorge Mario Bergoglio, jesuíta.

Sobre o Papa Francisco, o seu perfil, a maneira como vai comandar a Santa Sé, ainda ouviremos muito. Por isso, quero ressaltar que o Espírito Santo é quem conduz a Igreja e nunca a abandona. Lembro-me do que disse Jesus: "Tu és Pedro, e sobre pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).

Foi inesperada a renúncia de Bento XVI, como também não foi prevista a eleição de Jorge Mario Bergoglio. Mas são essas surpresas do Espírito Santo que mantém nossa fé viva e faz a nossa confiança em Deus ser renovada.

Que o Espírito Santo de Deus, sempre presente na Igreja, ilumine o Papa Francisco I e todo o povo de Deus. E que o lindo gesto do nosso novo Pontífice, de curvar-se pedindo orações para o povo que estava na Praça de São Pedro, nos inspire a sempre tê-lo em nossas súplicas e pedidos.



Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti

quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia internacional da mulher.

NOTA DA CNBB PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília-DF, de 05 a 07 de março, queremos homenagear todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março. Neste dia, em particular, “a Igreja agradece todas as manifestações do ‘gênio’ feminino surgidas no curso da história, no meio de todos os povos e Nações; agradece todos os carismas que o Espírito Santo concede às mulheres na história do Povo de Deus, todas as vitórias que deve à sua fé, esperança e caridade; agradece todos os frutos de santidade feminina” (Beato João Paulo II, A Dignidade da Mulher, n. 31)

Saudamos e agradecemos, de modo especial, às mulheres que, por sua vocação, missão e empenho na superação de todo tipo de violência, possibilitam a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social. Reconhecemos que, “face a inúmeras situações de violência e tragédias, são quase sempre as mulheres que mantêm intacta a dignidade humana, defendem a família e tutelam os valores culturais e religiosos” e apontam sinais de esperança, como falou Bento XVI (Angola, 2009).

Ao mesmo tempo, lamentamos que ainda persistam situações em que a mulher seja discriminada ou subestimada por ser mulher. A Igreja, por sua missão, une-se a todas as pessoas de boa vontade para eliminar as pressões familiares e os argumentos sociais, culturais e até mesmo religiosos, que usam a diferença dos sexos para justificar atos de violência contra a mulher, tornando-a objeto de atrocidades e de exploração.

Alegra a todos nós e à sociedade constatar que, cada dia mais, cresce a consciência da dignidade e do papel da mulher, que fortalece seu protagonismo marcante e significativo na vida política, social, econômica, cultural e religiosa da sociedade brasileira.

Merecem, ainda, nosso reconhecimento e gratidão, a dinâmica presença e a atuação das mulheres na vida e na ação evangelizadora da Igreja, expressa pela sua vocação vivida no exercício dos vários ministérios, organismos, pastorais e serviços na construção do Reino de Deus no hoje de nossa história.

Desejamos que, no cuidado da vida e no exercício da caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho de perseverança nos caminhos que conduzem à justiça e à paz.

Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher, mãe, esposa e trabalhadora, ilumine e proteja as mulheres de nosso país.



Brasília-DF, 07 de março de 2013



Dom José Belisário da Silva

Arcebispo de São Luís do Maranhão

Presidente da CNBB em exercício



Dom Sergio Arthur Braschi

Bispo de Ponta Grossa - PR

Vice-Presidente da CNBB em exercício



Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário Geral da CNBB