quinta-feira, 28 de abril de 2011

ORAÇÃO DO RESSUSCITADO...


Filhos e filhas
Como prometi hoje, durante o programa Experiência de Deus, segue a oração do Ressuscitado, para que nesta oitava de Páscoa a força da Ressurreição nos faça novas pessoas em Cristo.

Oração do Ressuscitado

Jesus ressuscitado, que destes a paz aos apóstolos, reunidos em oração, dizendo-lhes: "A paz esteja convosco", concedei-nos o dom da paz. Defendei-nos do mal e de todas as formas de violência que agitam a nossa sociedade, para que tenhamos uma vida digna, humana e fraterna.
Ó Jesus, que morrestes e ressuscitastes por amor, afastai de nossas famílias e da sociedade todas as formas de desesperança e desânimo, para que vivamos como pessoas ressuscitadas e sejamos portadores de vossa paz. Amém!

Que o futuro beato João Paulo II interceda a Jesus, para que Ele derrame sua misericórdia por nós!
Deus abençoe você.
Padre Reginaldo Manzotti 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Origem da Bíblia.....

Muitas pessoas se surpreendem ao saber que a Bíblia utilizada pelos protestanes é diferente da Bíblia utilizada pelos católicos. Mas qual é a diferença?
Como já escrevemos, o catálogo sagrado foi começou a ser definido pela Igreja Católica em 393 durante o Concílio Regional de Hipona (África). A Igreja desde os tempos apostólicos, utilizou a versão grega dos livros sagrados, chamada Septuaginta.
Desde o séc. IV até o séc. XVI, a Bíblia era a mesma para todos os cristãos. A diferença ocorreu durante a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero renegou 7 livros do antigo testamento (Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e Ester) e a carta de Tiago do Novo Testamento.
Lutero renegou tais livros porque eram fortemente contrários à sua doutrina. Por causa de uma das colunas de sua doutrina a “Sola Fide” ou Somente a fé, Lutero alterou o famoso versículo “Mas o justo viverá da fé” (Rm 1,17) para “Mas o justo viverá somente pela fé”, e renegava a Carta de Tiago, que ensina que somente a fé não basta, é preciso as obras. Devido ao prestígio que a Carta de Tiago tinha, Lutero não obteve sucesso ao excluir tal livro. Quanto ao Antigo Testamento, os protestantes então revolveram ficar com o catálogo definido pelos Judeus da Palestina.
Este catálogo Judaico foi definido por volta de 100 DC na cidade de Jâmnia, e estes foram os critérios estabelecidos pelos judeus para formarem seu cânon bíblico:
  • O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel;
  • O livro teria que ser totalmente redigido em Hebraico;
  • O livro teria que ser redigido até o tempo de Esdras (458-428 AC);
  • O livro não poderia contradizer a Torah de Moisés (os 5 livros de Moisés).
Devido à enorme conversão de judeus ao cristianismo, principalmente os judeus de língua grega, é que os judeus que não aceitaram a Cristo, desenvolveram um judaísmo rabínico, isto é, um judaísmo ultra-nacionalista, para frear a conversão das comunidades judaicas ao cristianismo. Com este cânon bíblico, era proibida pelo menos a leitura de todo o Novo Testamento, que mostra fortemente o cumprimento da promessa do Messias na pessoa de Cristo.
Muitos dos originais hebraicos de alguns livros foram perdidos, existindo somente a versão grega na época da definição do cânon judaico. Isto significa que livros como Eclesiástico e Sabedoria, escritos por Salomão, não foram reconhecidos pelos judeus de Jâmnia, além de outros livros que foram escritos em aramaico durante o domínio caldeu e persa. Recentemente os arqueólogos encontraram em Qruman no Mar Morto, o original hebraico do livro Eclesiástico.
Estes livros do Antigo Testamento que não foram unânimimente aceitos são chamados técnicamente de deuterocanônicos.
Os protestantes entram então em grande contradição pois aceitam a autoridade dos Judeus da Palestina para o Antigo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Novo Testamento. Aceitam a autoridade da Igreja Católica para o Novo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Antigo Testamento.
Os apóstolos em suas pregações utilizavam a versão grega dos livros antigos, note que das 350 sitações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 também se referem aos livros deuterocanônicos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Páscoa: a celebração da vida.......



A Páscoa, comemorada todos os anos com grande fervor pelos cristãos, é a maior festa da cristandade. Seu significado hebraico é passagem. A data é a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo após a sua crucificação e representa a esperança na vida eterna.  A idéia de passagem da Páscoa não é apenas uma referência à passagem de Cristo da morte à ressurreição. Também faz referência a algumas celebrações pagãs e outras judaicas, como a passagem do inverno para a primavera e a passagem de libertação dos judeus escravizados no Egito, tudo isso antes mesmo do tempo de Jesus Cristo. A Páscoa é comemorada no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera do hemisfério norte, sempre depois de 21 de março e antes de 24 de abril. A celebração da Páscoa vai além da Semana Santa, ela inicia aqui e vai até fim de Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. No cristianismo, a Páscoa vai comemorar exclusivamente a Ressurreição de Cristo, por isso esta data é tão importante e deve ser vivida fervorosamente. Em 2011, a Páscoa acontece no dia 24 de abril. A Páscoa é o ápice de uma série de eventos que começa na Quinta-feira Santa, passa pela Sexta e Sábado Santos e termina com o Domingo de Páscoa, a chamada Semana Santa.  Quaresma: o tempo quaresmal se inicia na Quarta-feira de Cinzas e é celebrado 40 dias antes da Páscoa. Esse é um período de reflexão, penitência, caridade e conversão espiritual. Os 40 dias de Quaresma relembram os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de voltar a Jerusalém para sua paixão. No Brasil, o período quaresmal também é marcado pelas reflexões propostas pelos temas sociais da Campanha da Fraternidade, realizada pela CNBB.
Campanha da Fraternidade: realizada desde 1961 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade procura despertar a solidariedade dos fieis e da sociedade para problemas concretos presentes na sociedade brasileira. Neste ano, a Campanha traz como tema “Fraternidade e Vida no Planeta”, com o lema “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).  Semana Santa: celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo. A Semana Santa começa a celebração com a entrada de Jesus em Jerusalém no Domingo de Ramos, e termina no Domingo de Páscoa. Domingo de Ramos: neste dia Jesus Cristo entra em Jerusalém e é recebido como rei, porém, as mesmas pessoas que o ovacionaram neste dia, irão condená-lo mais tarde. Segunda-feira Santa: é a data em que Jesus começa sua caminhada rumo ao calvário.
Terça-feira Santa: dia em que se celebram as Sete Dores de Maria. Quarta-feira Santa: algumas Igrejas celebram aqui o Dia das Trevas, para lembrar que o mundo já está em trevas porque a morte de Cristo está próxima.Quinta-feira Santa: é o dia da Última Ceia de Jesus Cristo com seus Apóstolos. A Quinta-feira Santa é o fim da Quaresma e o início do Tríduo Pascal (o conjunto de três dias da Semana Santa, Quinta, Sexta e Sábado Santos). Durante a Última Ceia, Cristo fez o que mandava a tradição judaica, cear um cordeiro puro, e com seu sangue marcar a porta de sua casa em sinal de purificação, conforme relato do Livro Êxodo da Bíblia. Na Quinta-feira Santa acontecem ainda as Missas dos Santos Óleos ou Missa do Crisma. Nesta Santa Missa são benzidos os óleos do crisma, dos enfermos e do batismo. Também os sacerdotes renovam seus votos diante do Bispo. A Quinta-feira Santa é marcada também pela Missa de Lava-pés, quando Jesus humildemente lavou os pés dos seus 12 discípulos. É no momento do lava-pés que Judas Escariote sai para entregar Jesus em troca de 30 moedas de prata. Neste dia inicia-se a Vigília ao Santíssimo, os altares ficam desnudos, sem flores, sem velas, sem enfeites, simbolizando que Cristo já está preso e consciente do que vai acontecer com ele em seguida. Sexta-feira Santa: também chamada de Sexta-feira da Paixão. É o dia em que Cristo é crucificado e acontece a Adoração da Cruz. Neste dia muitos fiéis ainda praticam o jejum ou abstinência da carne em sinal de penitência e respeito pela morte de Cristo e as Igrejas têm seus altares sem mantel, sem cruz, sem velas, sem adornos. Os celebrantes usam vermelho, a cor dos mártires. No Brasil, na cidade pernambucana de Nova Jerusalém, todos os anos, é feita a encenação da Paixão de Cristo. São milhares de fiéis todos os anos, vindos de diversos locais do país, que chegam apenas para se emocionar com a mais famosa das histórias da humanidade. Sábado Santo ou Sábado de Aleluia: Neste dia, como no dia anterior, não se celebra a Eucaristia. A única  celebração é a da Liturgia das Horas (uma oração pública e comunitária com o objetivo de recordar e despertar a reflexão do que é a obra de Deus). O único Sacramento permitido para este dia é o da Confissão. No Sábado Santo começa a Vigília Pascal, quando o dia se põe, a Vigília Pascal começa e termina com o amanhecer da Páscoa. Aqui acontece a primeira entoação do Glória. Durante a Vigília, o celebrante abençoa o fogo, símbolo do esplendor do Cristo ressuscitado que começa a dissipar as trevas do pecado e da morte. É no Sábado Santo que acontece a Malhação do Judas.
Domingo de Páscoa: é o dia do grande milagre, quando Cristo volta à vida através da Ressurreição, que celebra a vida, o amor e a misericórdia de Deus. Após falecer na cruz, o corpo de Cristo é colocado em um sepulcro, onde permaneceu por três dias, até o Domingo de Páscoa, quando ele ressuscita. Por isso é o dia santo mais importante do cristianismo. Bênção dos Alimentos: como a Páscoa já era celebrada antes da vinda de Cristo pela tradição judaica para agradecer as colheitas, a bênção dos alimentos durante a Páscoa se tornou uma tradição que é mantida até hoje. Símbolos da Páscoa   - Ovo: o ovo é o símbolo da fertilidade e nova vida desde a antiguidade, é ele quem simboliza o nascimento, portanto, quando você dá de presente ovos a uma pessoa querida, está na verdade, desejando que a vida se renove para ela e para você. Naquela época e hoje ainda, os ovos que eram dados de presentes eram enfeitados e coloridos, e não ovos de chocolate.
- Coelho: o coelho é um animal que se reproduz várias vezes durante o ano, por isso a Igreja o escolheu para simbolizar a capacidade da instituição produzir novos discípulos do filho de Deus. - Pão e vinho: o pão e o vinho foram escolhidos por Cristo para representar seu corpo e seu sangue quando ele os ofertou aos seus discípulos na Última Ceia em celebração da vida eterna.  - Cruz: a cruz é um dos símbolos mais importantes na Igreja católica, não apenas na época da Páscoa, afinal, a cruz é o símbolo da fé católica, que lembra o sofrimento e ressurreição de Cristo. E desde o ano 325, ela é considerada o símbolo oficial do cristianismo. - Círio pascal: o círio é uma grande vela que é acesa no Sábado Santo, no início da vigília pascal. Quando a vela é acesa, sua chama passa a representar o fogo que destrói as trevas, e a luz que é Cristo afugentando a morte e o pecado. Nesta mesma vela são inscritos os algarismos do ano em questão e crava-se nela cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus, além das letras alfa e ômega (primeira e última letras do alfabeto grego, que significam princípio e fim, ou seja, Deus é o princípio e o fim de tudo). A Vela ou Círio Pascal acesa neste dia será usada em todo o Tempo Pascal, ficando sempre na Igreja para ser utilizada em Batismos, Crismas e Funerais. - Pêssankas: pêssankas são ovos coloridos à mão tradicionais nos povos eslavos, especialmente entre os ucranianos. Simboliza a vida, saúde e prosperidade. A tradição vem de milhares de anos, quando as pêssankas eram preparadas para presentear as divindades no início da primavera. Com a chegada do Cristianismo, elas passaram a simbolizar a Páscoa e Ressurreição de Jesus. Devido ao grande número de imigrantes ucranianos no Brasil, especialmente no Paraná, as pessânkas também se tornaram tradicionais por aqui. - Colomba Pascal: a colomba pascal é o bolo em formato de ave tradicional na Páscoa, preparado com cascas de laranja cristalizadas, amêndoas ou gotas de chocolate. Diz a lenda que no vilarejo de Pavia, no norte da Itália, houve uma invasão do exército de Albuino, rei dos Lombardos. Um padeiro local resolveu preparar um presente para o invasor e criou o bolo com formato da pomba da paz. O invasor ficou encantado com o presente e decidiu poupar o vilarejo do ataque.
Pe.Reginaldo Manzotti

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sete passos para a vida de oração......



Hoje Deus te convida a ter uma vida de oração! Aceite você também este convite amoroso de Deus.

- Primeiro Passo: se chama LUGAR; você precisa ter um cantinho para estar a sós com Deus rezar. Neste lugar vc precisa parar para ouvir o Senhor.
- Segundo Passo: o TEMPO; quanto tempo você vai dar para ouvir a voz de Deus.
- Terceiro Passo: Orar de maneira simples: como por exemplo o Pai Nosso e a Ave Maria. A oração é coisa de gente íntima de Deus. É para quem descobriu que Deus é um Pai amoroso, um pai amigo.
- Quarto Passo: o Louvor e o agradecimento; Se você não aprender a louvar você vai se tornando uma pessoa azeda, amarga. O louvor é um escudo
que te protege das doenças físicas e espirituais. Precisamos aprender a ser um povo de louvor. Porque a murmuração é um louvor ao demônio.

- Quinto Passo: o Perdão; eu preciso aprender a pedir perdão a Deus e as pessoas .
- Sexto Passo: a sua Prece; Neste momento você pode pedir a Deus por todas as pessoas que te pediram oração, você vai poder rezar e interceder por todos os acontecimentos que estão acontecendo ao seu redor.
- Sétimo Passo: Orar com Palavra de Deus; é preciso escutar Deus através da sua Palavra. Oração é um dialogo com Deus, por isso precisamos falar e escutar a Deus.

Padre Sostenes


sábado, 9 de abril de 2011

“Porque mandas, lançarei as redes” (Lc 5,5b)



 “Porque mandas, lançarei as redes” (Lc 5,5b)

Foi o que fizeram simples pescadores que depois de uma noite longa de trabalho e sem pegar nenhum peixe. Simão que estava na barca com Jesus jogou as redes, não porque ele queria, aliás, ele não tinha pescado peixe algum, mas o pedido de Jesus foi atendido, mesmo depois de uma série redes lançadas e sem nenhum sucesso, jogaria as redes mais uma vez, porque Jesus havia pedido, e por lançar as redes e fazer o que Jesus lhe pediu, apanhou muitos peixes a ponto de quase afundarem com tamanha quantidade de peixes.

Muitas vezes passamos por momentos assim como a noite de Simão, vazia e sem esperança. Contudo, quando ouvimos a voz de Jesus, e fazemos a sua vontade, um presente nos é dado, e esse presente vem em abundância! Pois Deus não nos serve de migalhas, ao contrário, quando nos deixamos ser guiados ou fazemos a sua vontade, tudo nos é ofertado com fatura!
Simão então depois de ter feito uma pesca farta disse ao Mestre:

“Afasta-te de mim porque sou um pecador” (Lc 5,9b)

Inúmeras são as graças que Deus nos concede a cada dia, a ponto de reconhecermos que não somos dignos de tamanha dádiva, e seguindo o exemplo de Simão, nos julgamos pecadores demais para estar diante da presença real do Rei.

Deus não nos pede nada em troca daquilo que Ele nos concede a não ser que nos Amemos. Se trilharmos os seus caminhos e se permanecermos na sua presença muito mais nos serão confiado. Se sou pecador, Deus ainda me ama com o mesmo amor e me olha do mesmo jeito, porém, não se alegra com nossa fragilidade, mas não nos deixa de Amar.

O Amor de Deus nunca se Cessa, não importa o nosso pecado, o Amor de Deus superabunda todas as nossas fragilidades!

Tenha um Dia Abençoado!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Amor de Deus: certeza que não pode falhar, segundo Pe. Cantalamessa Autor: admin | Postado em: Santa Sé


“Fé cristã nos assegura isso: Deus existe e é amor!”, disse em sua meditação à Cúria
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 1º de abril de 2011 (ZENIT.org) – “O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus”, disse hoje o Pe. Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, diante de Bento XVI e da Cúria Romana.
O pregador do Papa dedicou sua segunda meditação quaresmal a falar do Deus-amor na criação, na Escritura, na encarnação de Cristo e em sua morte e ressurreição.
“Os homens precisam saber que Deus os ama e ninguém melhor que os discípulos de Cristo para lhes dar essa boa notícia.”
“Outros, no mundo, compartilham com os cristãos o temor de Deus, a preocupação com a justiça social e o respeito do homem, com a paz e a tolerância; mas ninguém – ninguém! – entre os filósofos, nem entre as religiões, diz ao homem que Deus o ama, o ama primeiro, e o ama com amor de misericórdia e de desejo: com eros e com ágape”, acrescentou.
A tarefa do homem, em resposta a esse amor, não é tanto amar a Deus, mas, antes e primeiramente, acreditar no amor de Deus.
“Pareceria uma fé fácil e agradável; mas é, talvez, a coisa mais difícil que exista, até para nós, criaturas humanas”, sublinhou o Pe. Cantalamessa. “Se acreditássemos, a vida, nós mesmos, as coisas, os fatos, a própria dor, tudo se transfiguraria rapidamente diante dos nossos olhos!”
O mundo, afirmou, “sempre foi dificultando mais acreditar no amor. Quem foi traído ou ferido uma vez, tem medo de amar e ser amado, porque sabe o quanto dói ver-se enganado. Por isso vai sempre crescendo a fila dos que não conseguem acreditar no amor de Deus; ou pior: em amor nenhum”.
“O desencanto e o cinismo são a moldura da nossa cultura secularizada. No pessoal, temos ainda a experiência da nossa pobreza e miséria, que nos faz dizer: ‘Sim, o amor de Deus é bonito, mas não é pra mim! Eu não sou digno…’.”
O sacerdote convidou os presentes a olhar para a própria vida, “a trazer à tona os medos que se aninham nela, as tristezas, ameaças, complexos, aquele defeito físico ou moral, aquela lembrança doída que nos humilha, e escancarar tudo à luz do pensamento de que Deus me ama”.
“Tudo pode ser questionado, todas as certezas podem nos faltar, mas nunca esta: Deus nos ama e é mais forte do que tudo”, acrescentou.
As características do Deus-amor

O Pe. Cantalamessa sublinhou os traços do amor divino contidos na revelação cristã, e que a distinguem absolutamente das demais religiões e filosofias existentes.
O primeiro é a singularidade do fato de que Deus é quem ama primeiro o homem, e não o contrário: o amor de Deus é o amor de Deus pelo homem, muito mais que o dever do homem de amar a Deus.
“O mais importante não é saber se Deus existe, mas se Ele é amor. Se, por hipótese, Ele existisse, mas não fosse amor, teríamos mais a temer do que a nos alegrar com a sua existência, como ocorria nos primeiros povos e civilizações. A fé cristã nos assegura justamente isso: Deus existe e é amor!”
O segundo traço é que Deus criou o homem por amor. “Como é distante – afirmou o Pe. Cantalamessa – a visão cristã da origem do universo da visão do cientificismo ateu recordado no Advento! Um dos sofrimentos mais profundos para um jovem é descobrir, um dia, que ele está no mundo por acaso, não querido, não esperado, talvez por uma falha dos pais. Certo cientificismo ateu parece empenhado em infligir esse tipo de sofrimento à humanidade inteira.”
O terceiro é que Deus ama como pai e como mãe, ao contrário da concepção pagã de Deus, que refletia um “amor sem fraqueza”, viril, enquanto a Bíblia mostra o amor maternal de Deus, “feito de acolhimento e ternura”.
O quarto traço é que o amor divino é também esponsal, “amor de desejo e de escolha. Se é verdade, então, que o homem deseja Deus, é verdade, misteriosamente, também o contrário: que Deus deseja o homem, quer e aprecia o seu amor”.