quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Neste início do Advento, já no próximo domingo.......


Queridos Amigos

Neste início do Advento, já no próximo domingo, toda a equipe de Evangelho Quotidiano vem desejar-vos um santo e feliz ano litúrgico, bem como uma boa saúde espiritual. Que alegria percorrer de novo toda a vida terrena de Cristo através das festas que se sucedem!
Esperamos que este novo ano nos dê a todos a ocasião de melhor descobrir os tesouros do Evangelho e da fé, a fim de vivermos em Cristo de uma maneira cada vez mais perfeita. Em alguns dos nossos países, o ano será marcado por alterações profundas e acontecimentos muito importantes. Que a Palavra de Deus seja, agora a sempre, o nosso farol!
Fazemos nossos os votos de S. Paulo: “Que o Senhor vos dê, entre vós e para com todos os homens, um amor cada vez mais intenso e transbordante, como o que vos dedicamos. E que, desse modo, ele vos estabeleça firmemente numa santidade irrepreensível diante de Deus nosso Pai.” (1 Ts 3, 12-13).

Aproveitamos para vos anunciar, neste ano que começa, a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.

A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional, com algumas especificidades particulares, tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.

Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano que começa, saúda-vos
a equipe EAQ em língua portuguesa.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Devemos louvar e agradecer a Deus sempre e reconhecer a ação divina em nossa vida.


Deus, na Sua infinita bondade, derrama inúmeras graças todos os dias.
 E nós, como seus filhos e filhas, somos agraciados com bênçãos e curas.
 Mas muitas vezes não enxergamos o quanto Deus nos ama e faz o que é melhor para nós mesmos
Então, na minha mensagem de hoje, gostaria de motivar uma oração de louvor.
 Devemos louvar e agradecer a Deus sempre e reconhecer a ação divina em nossa vida.
Oração de Louvor
Tu és santo, Senhor,
o Deus que realiza maravilhas.
Tu és forte.
Tu és maravilhoso.
Tu és o Senhor Supremo.
Tu és o Rei Todo-Poderoso,
Tu és o Bem,
todo o bem,
o mais elevado bem,
o Senhor Deus, vivo e verdadeiro".
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!
Deus abençoe você, 
Padre Reginaldo Manzotti

sábado, 24 de novembro de 2012

Cardeal do Vaticano participa de encontro sobre Juventude e Fé

Jovens Conectados

Divulgação
O evento contará com a presença do presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko
A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da CNBB, realizará, de 29 de novembro a 2 de dezembro de 2012, em Brasília (DF), o Encontro Nacional de Assessores da Pastoral Juvenil. A temática do evento é “A Juventude no Ano da Fé” e buscará auxiliar os assessores na missão de acompanhar os jovens na educação da fé, por conta do “Ano da Fé”, proposto pelo Papa Bento XVI.

De acordo com o assessor nacional da Comissão para Juventude, padre Carlos Sávio Costa, o evento acontecerá em preparação a dois grandes momentos de 2013, voltados à juventude: a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, e a Campanha da Fraternidade.

Acesse
.: Todas as notícias sobre o Ano da Fé.: Bento XVI concede Indulgência plenária por ocasião do Ano da Fé


Além disso, contará com a presença do presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, do núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanne D’Aniello, do secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, e do diretor geral do Comitê Organizador Local Rio 2013 (COL Rio 2013), monsenhor Joel Portella. Também farão colocações durante o evento o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, e o Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha.

Com o objetivo de melhor consolidar a evangelização da juventude no país por meio dos valores humanos, cristãos e éticos e de contribuir com os assessores na missão de acompanhar a juventude, participarão os responsáveis adultos das pastorais, movimentos, congregações e comunidade que trabalham com jovens.

O tema do evento foi escolhido dentro da proposta do "Ano da Fé”, convocado pelo Papa Bento XVI. “A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) faz parte do calendário para o Ano da Fé. Portanto, vemos a atenção do Papa com os jovens. Com isso, precisamos ajudar os assessores adultos que acompanham os jovens para que estes respondam ao convite do Santo Padre a respeito do Ano da Fé”, afirmou padre Sávio, ao mencionar a proposta para o período que teve início em todo mundo, no último dia 11 de outubro.

ORAÇÕES DE SÃO JORGE...


    u  andarei  vestido  e  armado, com as armas  de  São Jorge. Para  que  meus inimigos tendo  pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal. armas de fogo o  meu corpo não alcançarão, facas  e  lanças  se  quebrem  sem  ao  meu corpo chegar, cordas  e correntes se quebrem sem ao meu corpo,  amarrar.        
    São Jorge, cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor;  abre os meus caminhos.  ajuda-me a  conseguir  um  bom emprego;   faze com  que   eu  seja  bem  quisto  por  todos:   superiores,  colegas  e subordinados. que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes  no  meu  coração ,  no  meu lar e  no meu serviço;  vela por mim e pelos meus , protegendo-nos sempre ,  abrindo e iluminando os nossos caminhos ,  ajudando-nos também a  transmitirmos  paz, amor e harmonia a todos que nos cercam. amém.
 ( rezar 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria e 1 Glória ao Pai.)
 corrente pela paz e prosperidade todo 3º domingo do mês.



h! Glorioso Guerreiro São Jorge, eu te suplico confiante que serei atendido, neste momento difícil da minha vida, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, com Vossa Espada de Luta, venha cortar todo mal e principalmente ( faz o pedido ).
Com a força do teu poder de defesa, eu me coloco na proteção do teu escudo, para combater o bom combate contra todo mal ou influência negativa que estiver em meu caminho. Amém.
São Jorge Cavaleiro, guiai-me. São Jorge Guerreiro, defendei-me. São Jorge Mártir, protegei-me.
Todo devoto de São Jorge deve usar a espada sempre que rezar esta oração.
Oração para alcançar um emprego

Ó São Jorge, Cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego, faze com que eu seja bem visto por todos; superiores, colegas e subordinados, que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no serviço, vela por mim e pelos meus, protegendo-nos sempre, abrindo e iluminando os nossos caminhos, ajudando-nos também a transmitirmos paz, amor e Harmonia a todos que nos cercam. Amém.

Oração da vela de São Jorge

Glorioso São Jorge, pelos vossos merecimentos, pelas vossas virtudes, pela grandiosa Fé em nosso Senhor Jesus Cristo, por Deus, fostes constituído, em protetor de todos que a Ti recorrem, necessitando de vossa proteção, vinde em meu auxilio e levai à presença de Deus o apelo que agora vos faço. (Fazei aqui o pedido) São Jorge, ofereço esta vela e vos peço, Protegei-me, Guardai-me e Guiai-me por todos os Meus caminhos, com felicidade, Paz e Salvamento, para que eu consiga rapidamente através de vossa proteção a graça que estou suplicando. Amém.

Oração a São Jorge
Ó Deus onipotente, Que nos protegeis Pelos méritos e as bênçãos De São Jorge. Fazei que este grande mártir, Com sua couraça, Sua espada, E seu escudo, Que representam a fé, A esperança, E a inteligência, Ilumine os nossos caminhos... Fortaleça o nosso ânimo... Nas lutas da vida. Dê firmeza à nossa vontade, Contra as tramas do maligno, Para que, Vencendo na terra, Como São Jorge venceu, Possamos triunfar no céu Convosco, E participar Das eternas alegrias. Amém.
 
Oração poderosa da chave de São Jorge

            Com esta chave abençoada eu peço a Deus pela intercessão de São Jorge, que me conceda a graça de abrir: meu coração para o bem; meus caminhos para os bons negócios; as portas da prosperidade, da caridade e da paz para eu viver sempre feliz.
            Com esta chave, em nome de Deus, eu fecho: o meu corpo contra as maldades deste mundo; contra as perseguições e espíritos malignos. Que meu anjo da guarda sempre me ilumine e me guarde. Com o poder da fé, misericórdia de Deus e a ajuda de São Jorge, Amém.

Orações do Manto de São Jorge

São Jorge, guerreiro vencedor do dragão, Rogai por nós.
São Jorge, militar valoroso, que com a vossa lança abatestes e vencestes o dragão feroz, vinde em meu auxílio, nas tentações do demônio, nos perigos, nas dificuldades, nas aflições. Cobri-me com o vosso manto, ocultando-me dos meus inimigos, dos meus perseguidores. Protegido por vosso Manto, andarei por todos os caminhos, viajarei por todos os mares, de noite e de dia, e os meus inimigos não me verão, não me ouviram, não me acompanharão. Sob a vossa proteção, não cairei, não derramarei o meu sangue, não me perderei. Assim como o Salvador esteve nove meses no seio de Nossa Senhora, assim eu estarei bem guardado e protegido, sob o vosso manto, tendo sempre São Jorge a minha frente armado de sua lança e do seu escudo. Amém.

Oração de São Jorge

Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança abra os meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso: (fazei aqui o seu pedido) Dai-me coragem e esperança fortalecei minha FÉ e auxiliai-me nesta necessidade.  Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Amém!
São Jorge rogai por nós!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Festa de Cristo Rei.....



Filhos e filhas,
No próximo domingo, dia 25 de novembro, a Igreja celebra a Festa de Cristo Rei. Uma solenidade que celebra Jesus Cristo como Rei e Senhor do Universo. Essa festa nos recorda que devemos permitir que Cristo reine em nossos corações e em nossas vidas, mas também que devemos lutar para que o Reino de Deus seja instaurado desde agora no mundo. 
Jesus usa de parábolas para explicar como é o seu reinado (cf Mt 13), e através das comparações vemos com vale a pena lutar pelo Reino de Deus. Mas como lutar? Com gestos muito mais simples do que pensamos, é através do amor ao próximo. Jesus mesmo nos dá a receita: "porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes" (Mt 25,35-36). 
Evangelizar sempre, se preciso, com palavras. Essa frase é atribuída a São Francisco de Assis e ilustra bem como fazer o Reino de Deus acontecer aqui na terra. Evangelizar é preciso e urgente.  Mas também é missão de todos os cristãos.
Deus abençoe você e sua família!
Padre Reginaldo Manzotti

sábado, 17 de novembro de 2012

O pastor e o pensador


Artigo: Reinaldo Azevedo
O pastor e o pensador
"O pastor escreveu uma encíclica para exaltar
a ‘oração, o agir, o sofrer e o Juízo (Final)como
lugares da aprendizagem da esperança’. O pensador
nos convida a pesar as conseqüências de um mundo
sem Deus, aquele no qual tudo é permitido"
O papa Bento XVI tornou pública, no dia 30 do mês passado, a segunda encíclica de seu pontificado, Spe salvi, expressão resumida da frase de São Paulo aos romanos Spe salvi facti sumus: é na esperança que fomos salvos. Trata-se, inequivocamente, do texto de um pastor, chefe máximo de uma igreja, mas é também a reflexão de um pensador contemporâneo. O pastor entende os motivos que levam o homem, "expulso do paraíso terrestre", a substituir a "fé em Jesus Cristo" pela "fé no progresso". O pensador considera dois momentos em que essa substituição se fez história – a Revolução Francesa (1789) e o socialismo – e aponta o erro fundamental do teórico comunista alemão Karl Marx (1818-1883): "esqueceu o homem e a sua liberdade". O papa não critica o marxismo como uma ameaça presente, mas como a expressão máxima de um risco permanente.
O pastor escreveu uma encíclica para exaltar a "oração, o agir, o sofrer e o Juízo (Final) como lugares da aprendizagem da esperança". O pensador nos convida a pesar as conseqüências de um mundo sem Deus, aquele no qual tudo é permitido. O pastor – sem dúvida, um bom fundamentalista – vai ao fundamento de sua crença e recupera a importância da "parúsia", que é a segunda vinda do Messias (voltarei a essa palavra). O pensador dialoga com os agnósticos e os ateus e, na prática, os incita a considerar a dimensão religiosa um dado da cultura ao menos – sem deixar de declarar a supremacia da fé, tomada como sinônimo da esperança.
Seja por conta da crítica severa ao marxismo, seja por causa da caracterização dualista que faz do progresso – "em mãos erradas (...), tornou-se um progresso terrível no mal" –, não faltará quem veja nas palavras de Bento XVI a expressão de um insofismável reacionarismo. Será? Segundo o papa, a ditadura do proletariado, imaginada por Marx como uma etapa necessária do comunismo futuro, não deu à luz um mundo sadio, "deixando atrás de si uma destruição desoladora". Alguém se atreve a negar? E Bento XVI vai além: "(Marx) esqueceu que o homem permanece sempre homem. (...) Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. Pensava que, uma vez colocada em ordem a economia, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior criando condições econômicas favoráveis".
Alessia Giuliani/AFP
O papa Bento XVI: crítica ao "reino de Deus sem Deus", oferecido pelo materialismo e pela ciência

Entenda-se: Bento XVI não está ressuscitando a Guerra Fria, a disputa pela hegemonia mundial entre o capitalismo e o socialismo. Essa batalha já foi vencida pela civilização do óbvio no século passado, e a economia de mercado triunfou como atributo ou da Criação ou do progresso natural da humanidade – cada um escolha a causa que lhe parecer melhor. O que o papa faz é tomar o marxismo como exemplo máximo de uma visão totalizante do ser, em que a ética se subordina apenas à dimensão material da vida. Certamente não é a única corrente de pensamento a fazê-lo, mas se tornou a mais influente e convincente das visões materialistas. Escreve o papa: "Se ao progresso técnico não corresponde um progresso na formação ética do homem, no crescimento do homem interior, então aquele não é um progresso, mas uma ameaça para o homem e para o mundo".

Bento XVI critica, assim, a visão de mundo segundo a qual o bem-estar humano é mera decorrência das estruturas, "por mais válidas que sejam". Observa que a "liberdade necessita de uma convicção". Afinal, se as condições materiais do indivíduo garantissem, por si mesmas, a sua felicidade, forçoso seria concluir que estaria abolida toda escolha – e, por conseqüência, a liberdade. Os totalitarismos do século passado e suas manifestações remanescentes neste século jamais se assumiram como tais. Em todos eles, sempre há uma retórica meritória que apela à reforma das estruturas em nome do bem comum. Mas com quais valores se pretendeu e se pretende construir esse novo homem? E o papa recorre ao filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) para responder: "Não há dúvida de que um ‘reino de Deus’ realizado sem Deus – e, por conseguinte, um reino somente de homem – resolve-se, inevitavelmente, no ‘fim perverso’ de todas as coisas (...). Já o vimos e vemo-lo sempre de novo".
O "reino de Deus sem Deus" é uma referência também à ciência. Chega a parecer um tanto estranho e talvez vire motivo de pilhéria que o papa, em 2007, aponte um "equívoco" do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), passados quase 400 anos de sua morte. E ele o faz. Trata-se de um pretexto para contestar que o homem possa ser salvo apenas pelo conhecimento científico, sem o concurso da fé. Nesse momento da encíclica (parágrafo 25), Bento XVI está se preparando para admoestar também os cristãos.
Não é segredo que a pesquisa, especialmente no campo da genética, se confronta com limites que são de natureza ética, e a religião, o catolicismo em particular, tem sido a porta-voz do que costuma ser caracterizado na imprensa e no debate público como a expressão de um preconceito, de um "medievalismo". Não quero fugir ao propósito deste texto, que é o de apresentar as linhas gerais de um documento de cinqüenta parágrafos e 18.822 palavras, para abrir uma frente particular de debate. Observo apenas que, para Bento XVI, "a ciência pode contribuir muito para a humanização do mundo e dos povos", mas "também pode destruir o homem e o mundo se não for orientada por forças que estão fora dela".
Collection Roger-Viollet/AFP
O teórico comunista Karl Marx: a ditadura do proletariado deixou atrás de si "uma destruição desoladora"

Cumpre perguntar: o que são essas "forças fora da ciência" que devem orientá-la, assim como devem orientar a política e a vida cotidiana? Bento XVI observa que, para um cristão, "o homem é redimido pelo amor", mas este também não basta, porque a mortalidade evidencia a fragilidade dessa resposta. E o papa exalta, então, o outro amor, o "incondicionado". E convida o leitor ao mesmo fervor de São Paulo: "Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rom 8,38-39).

Disse que voltaria à palavra "parúsia", a segunda vinda do Messias, e que Bento XVI fazia uma admoestação também aos cristãos. Esses dois fios soltos do texto se enlaçam agora. O papa reitera que a promessa do retorno de Jesus – "de novo há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos" – é parte "central" do "grande Credo" da Igreja. E, portanto, cabe a quem crê viver a certeza da justiça de Deus. A evolução da iconografia foi tornando o Juízo Final "ameaçador e lúgubre", mas deve ser a grande fonte de esperança de um cristão.
Ocorre que a força salvífica da fé, aponta Bento XVI, tem de ser coletiva. E aqui está a admoestação: "Devemos constatar também que o cristianismo moderno, diante dos sucessos da ciência na progressiva estruturação do mundo, tinha se concentrado em grande parte somente sobre o indivíduo e a sua salvação. Desse modo, restringiu o horizonte da sua esperança e não reconheceu suficientemente sequer a grandeza da sua tarefa".
Finalmente, cumpre indagar, juntamente com os ateus – dos quais o marxismo foi e é a expressão mais influente: num mundo onde as injustiças são tão candentes e onde os inocentes padecem as maiores crueldades, é possível falar de um Bom Deus? Esse Deus tem de ser contestado em nome da moral, não é? E o papa responde: "Se, diante do sofrimento deste mundo, o protesto contra Deus é compreensível, a pretensão de a humanidade poder e dever fazer aquilo que nenhum Deus faz nem é capaz de fazer é presunçosa e intrinsecamente não verdadeira. Não é por acaso que dessa premissa tenham resultado as maiores crueldades e violações da justiça".
Além ou aquém do Mistério, a fé nesse Deus de que nos fala Bento XVI é também uma garantia dos direitos essenciais do homem. O cristianismo, afinal, é um humanismo. É o que diz o pensador. É o que diz o pastor.

Um procurador que, quando está desocupado, decide perseguir… Deus!


13/11/2012
 às 6:05

Um procurador que, quando está desocupado, decide perseguir… Deus!

Volte e meia, tudo indica, o procurador Jefferson Aparecido Dias, do Ministério Público Federal, fica com síndrome de abstinência dos holofotes e decide, então, inventar uma causa para virar notícia. Aprendeu, com a experiência, que dar uns cascudos em Deus — nada menos — ou na fé de mais de 90% dos brasileiros, que são cristãos, rende-lhe bons dividendos. Eventualmente ele pode juntar o combate à religião a alguma outra causa politicamente correta (já chego lá), e aí tem barulho garantido. E, por óbvio, granjeia o apoio de amplos setores da imprensa, que podem até admirar o lulo-petismo, mas acham que religião é mesmo um atraso… Acham legítima a fé num demiurgo mixuruca, mas não em Deus. Entendo. É uma questão de padrão intelectual.
A mais nova e essencial decisão deste senhor, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, de São Paulo, foi entrar com uma ação civil pública para retirar das notas do real a expressão “Deus seja louvado”. É o mesmo rapaz que de mobilizou para caçar e cassar todos os crucifixos de prédios públicos, lembram-se? Também foi ele que tentou, sem sucesso, levar o pastor Silas Malafaia às barras dos tribunais quando este protestou contra o uso de santos católicos em situações homoeróticas numa parada gay. Referindo-se a ações na Justiça, o pastor afirmou que a Igreja Católica deveria “baixar o porrete” e “entrar de pau” nos organizadores do evento. O contexto deixava claríssimo que se referia a ações na Justiça. O procurador, no entanto, decidiu acusar o religioso de incitamento à violência. Era tal o ridículo da assertiva que a ação foi simplesmente extinta. Eis Jefferson Aparecido Dias! Eu o imagino levando os recortes de jornal para as tias: “Este sou eu…”
Jefferson é um homem destemido. Não tem receio de demonstrar a sua brutal e profunda ignorância. É do tipo que diz bobagens de peito aberto. Depois de gastar dinheiro dos contribuintes com a questão do crucifixo e com a tentativa de ação contra Malafaia, ele agora se volta para as notas do real. E justifica a sua ação com esta boçalidade intelectual:
“A manutenção da expressão ‘Deus seja louvado’ [...] configura uma predileção pelas religiões adoradoras de Deus como divindade suprema, fato que, sem dúvida, impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões cultuadas em solo brasileiro (…). Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxóssi’, ‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus não existe’. Com certeza haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus”.
Como se nota, trata-se de uma ignorância cultivada com esmero, com dedicação, com afeto até. Jefferson é do tipo que ama as tolices que diz, o que é demonstrado pelo recurso da enumeração. Trata-se, assim, para ficar no clima destes dias, de uma espécie de continuidade delitiva do argumento.
Vamos ver.
O procurador é o tipo de temperamento que gosta de propor remédios para males que não existem, o que é próprio de certas mentalidades autoritárias. Em que a expressão “Deus seja louvado” impede “a coexistência em condições igualitárias” de todas as religiões? Cadê os confrontos? Onde estão os enfrentamentos? Apontem-me as situações em que as demais religiões, em razão dessa expressão, passaram por um processo de intimidação. Em tempo: Alá é Deus, doutor! Vá estudar!
Não sei que idade tem este senhor, mas sei, com certeza, que ele se formou na era em que o “princípio da igualdade” tem de se sobrepor a qualquer outro, mesmo ao princípio da realidade e da verdade. Ora, “Deus” — sim, o cristão! — tem, para as esmagadora maioria dos brasileiros, uma importância cultural, moral, ética e religiosa que aqueles outros símbolos religiosos não têm. Todos os brasileiros são iguais no direito de expressar a sua fé — e isso está assegurado pelo Inciso VI do Artigo 5º da Constituição, a saber:
“VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
Ocorre, doutor Jefferson, que a mesma Constituição que garante essa liberdade — e que assegura a liberdade de expressão, aquela que o senhor tentou cassar do pastor Malafaia — também tem o seguinte preâmbulo:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
Como é que o doutor Jefferson tem o topete de evocar uma Constituição promulgada “sob a proteção de Deus” para banir das notas do real a expressão “Deus seja louvado”, sustentando que ela “impede a coexistência em condições igualitárias de todas as religiões”? Doutor Jefferson é macho o bastante (em sentido figurado, claro, como o emprega o povo) para dar início a um movimento para cassar Deus da Constituição? Ou, acovardado, ele se limita a perseguir crucifixos em repartições públicas e a expressão genérica da fé em cédulas de dinheiro?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Oxóssi?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os crentes em Lord Ganesha?
A Constituição que tem “Deus” em seu preâmbulo persegue ou protege os ateus?
O nome disso é intolerância. Esse mesmo procurador já tentou processar um outro pastor evangélicos que atacou o ateísmo — ainda que o tenha feito em termos impróprios. Já me ocupei de doutor Jefferson neste blog algumas vezesno passado. Quase invariavelmente, ele comparece ao noticiário tratando de questões dessa natureza, o que, fica evidente, caracteriza uma militância. O que me pergunto é se este senhor, ele sim!, por ser eventualmente ateu (e é um direito seu), não tenta usar uma posição de autoridade que conquistou no estado brasileiro para impor a sua convicção.
Maiorias, minorais e respeitoNas democracias, prevalece a vontade da maioria na escolha dos mandatários e, frequentemente, no conteúdo das leis. Elas também se fazem presentes nos costumes e nos valores. Mas o regime só será democrático se os direitos das minorias forem garantidos. Haver na cédula do real a expressão “Deus seja louvado” significa, sim, que este é um país em que a esmagadora maioria acredita em Deus, mas não caracteriza, de modo nenhum, supressão dos direitos daqueles que não acreditam em Deus nenhum, que acreditam em vários deuses ou que simplesmente acham a religião uma perda de tempo. Em sociedade, a afirmação positiva de um valor não implica, necessariamente, a cassação da expressão de quem pensa de modo diferente.
Ora, seria mesmo um despropósito, meu senhor, que houvesse, no Brasil, com a história e com o povo que tem, algo como “Lord Ganescha seja louvado” ou “Oxóssi seja louvado” pela simples e óbvia razão de que essas, quando considerada a sociedade brasileira no seu conjunto, são crenças de exceção, que traduzem escolhas e convicções da minoria do povo. O Brasil é uma nação de maioria cristã, o que o doutor não conseguirá mudar. O que se exige é que essa nação resguarde os direitos de quem quer cultuar outras divindades e deuses ou deus nenhum. E isso está garantido pela Constituição Brasileira, promulgada “sob a proteção de Deus”.
Finalmente, o argumento de que o estado é laico — e, felizmente, é mesmo! — não deve servir de pretexto para que se persigam as religiões. Um estado laico não significa um estado ateu, que estivesse empenhado em combater as religiões. A sua laicidade é afirmativa, não negativa; ela assegura a livre expressão da religiosidade, em vez de reprimir a todos igualmente. Entendeu a diferença, doutor?
Sei que a questão parece menor, quase irrelevante. Mas não é, não! Essa é apenas uma das vezes em que supostos iluministas, falando em nome da razão, tentam impor uma espécie de censura da neutralidade ao conjunto da sociedade. Pretendem que escolhas com viés ideológico sejam apenas as alheias, a de seus adversários. Promovem permanentemente uma espécie de guerra cultural contra os valores da maioria para poder acusá-la de autoritária.
Como sabemos, a cada vez que os ingleses cantam “God save our gracious Queen” e se ouve o eco lá naquele “novo continente” — “And this be our motto: ‘In God is our trust’” —, o que se tem é a voz da ditadura cristã dominando o mundo, não é mesmo?
Deveria haver um limite para o ridículo, mas não há! Parece que o que falta ao procurador é serviço!
Texto publicado originalmente às 5h09
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O dom da família....


O dom da família

Porque, assim como em um só corpo temos muitas partes,
 e todas elas têm funções diferentes, assim também nós, 
embora sejamos muitos, somos um só corpo 
por estarmos unidos com Cristo.
 E todos estamos unidos uns com os outros como partes diferentes de um só corpo. 
Portanto, usemos os nossos diferentes dons de
acordo com a graça que Deus nos deu.
Se o dom que recebemos é o de anunciar a
mensagem de Deus, façamos isso de acordo
com a fé que temos. (Romanos 12: 4-6) 
Como é gostoso passar o feriado em família!
 Sou muito grato a Deus pela oportunidade que
 tenho de poder reunir os familiares para um
lmoço e um bate-papo bem descontraído. 

Mas existe um desafio para minha família que precisa ser vencido: As comparações.
 Se você tem irmãos, você sabe o que estou dizendo.
Não é muito raro existir comparações em uma rodinha de bate-papo,
 exatamente no momento de comunhão. Há muitas maneiras de comparar
uma pessoa à outra e, no meio da diversão, muitas vezes há um membro
 da família que sente a necessidade de vocalizar as discrepâncias
 percebidas entre os indivíduos.
Às vezes, o fato é tão crítico que chegamos a pensar assim:
Deus, o que Senhor estava pensando quando nos jogou no mesmo
pote e chamou de família, pois nos parecemos tão diferentes!? 
Além de prejudicar nossa capacidade de amar um ao outro,
as comparações são um desperdício de energia porque são baseadas
 em percepções de superfície que podem ser imprecisas. 
Ultimamente, tenho procurado conduzir as conversas que giram em torno
 do jogo de comparações para a maneira de pensar de Paulo quando escreveu aos Romanos.
A Palavra revela o projeto de Deus para a família espiritual,
mas pode ser muito bem aplicada em nossas famílias biológicas. 
Embora cada pessoa seja valiosa aos olhos de Deus,
a Palavra ensina que uma pessoa não pode conseguir tudo sozinha,
não importando o quão perfeito ele ou ela possa parecer. Além disso,
 cada um de nós tem dons especiais, e dependemos uns dos outros para
preencher as lacunas nas áreas que faltam. 

Portanto, seja para melhor ou para pior, cada membro de uma família 
pertence a todos os outros.
 Quando ponderamos os dons de Deus revelados individualmente aos membros da família,
 focamos na ação de gratidão a Deus por essa diversidade, e esquecemos as comparações. 

Pense agora no(s) seu(s) dom(ns) e com o coração grato a Deus veja se você
 consegue identificar aqueles que existem em cada membro de sua família.
 Fazer parte de uma família é dom de Deus.

De escravo para filho.....


Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (João 8:36) 

Dogmatismo é a tendência de um indivíduo afirmar ou crer em algo como verdadeiro
 e indiscutível, e é um termo muito utilizado 
pela religião e pela filosofia.
 O dogmatismo ocorre quando uma
 pessoa considera uma verdade absoluta e indiscutível.
 É quando são ditas verdades que não
 foram revisadas ou criticadas,
que a sociedade simplesmente tornou-as absolutas.
É uma atitude dos indivíduos de crerem no
que o povo fala sem ter dúvidas,
 o que ocorre desde a antiguidade, onde muitos filósofos,
como Platão e Aristóteles, se recusavam a crer em alguns 
fatos estabelecidos e ditos como verdade. 

Na época em que Jesus Cristo exercia o seu ministério terreno,
 os judeus – seus compatriotas – confiavam nas tradições e nas cerimônias religiosas.
 A esperança deles estava depositada na ascendência e na obediência à Lei de Moisés
 e à tradição oral dos antigos. Ao longo dos anos, eles tinham enfrentado
a dominação do Egito, da Babilônia, da Pérsia, da Síria e, finalmente,
de Roma. Mas, apesar da dominação política, sentiam-se espiritualmente livres,
porque se consideravam uma nação santa, uma raça eleita por Deus. 

Jesus discordou deles ao afirmar que eles eram escravos do pecado e
não filhos de Deus e que só por meio dele, Jesus Cristo,
poderiam encontrar a verdadeira liberdade espiritual. Isso os deixou furiosos. 

Mas a mensagem de libertação da Bíblia veio quebrar
esse dogma. Essa mensagem refere-se à nossa
liberdade do poder e da penalidade do pecado. 

Enquanto é menor de idade, por exemplo,
 o filho que vai herdar a propriedade do pai
 é tratado como escravo, mesmo sendo, de fato,
 o dono de tudo. Enquanto é menor,
há pessoas que tomam conta dele e cuidam dos seus
 negócios até o tempo marcado pelo pai. Assim também nós, antes de ficarmos adultos
 espiritualmente, fomos escravos dos poderes espirituais que dominam o mundo. Mas,
 quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que veio como filho
 de mãe humana e viveu debaixo da lei para libertar os que estavam debaixo da lei,
 a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de Deus. 

E, para mostrar que somos seus filhos, Deus enviou o Espírito do seu
 Filho ao nosso coração
, o Espírito que exclama: “Pai, meu Pai.” Assim não somos mais escravos; somos filhos.
 E, já que somos filhos, Deus nos dará tudo o que ele tem para dar aos seus filhos,
 inclusive a libertação de qualquer dogma, tradição de religiões ou
 costumes de antepassados. 

Portanto, não é pela religiosidade, e nem pelo cumprindo fiel dos costumes
 estabelecidos pelas tradições que seremos salvos, mas tão somente
por meio da fé na obra realizada por Jesus Cristo, filho do Deus único e verdadeiro. 

Então, não perca a oportunidade de mudar agora sua condição de escravo para filho.
 Em Cristo, você é liberto também da escravidão dos vícios.

Obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês. (Tiago 4:7)


Fujam!

Obedeçam a Deus e enfrentem o Diabo, que ele fugirá de vocês. (Tiago 4:7) 

Certa vez um homem de negócios com excesso de peso decidiu que estava 
na hora de perder uns bons quilos. Levava a sério sua dieta, chegando
 mesmo a mudar de rota para evitar a doceria favorita. 

Numa manhã, entretanto, ele apareceu no trabalho com um bolo gigante de chocolate.
 Os colegas de escritório começaram a zombar dele, mas ele permanecia impassível
 com seu sorriso. “Este é um bolo especial”, disse: “Acidentalmente,
 tive que passar em frente à doceria nesta manhã e ali, na vitrine, 
havia grande quantidade de bolos. Senti que não era tão acidental 
assim, e orei: ‘Senhor, se é de Tua vontade que eu compre um destes
 bolos de chocolate, que haja um lugar para estacionar em frente da porta da doceria’.
 Depois de oito voltas na quadra, apareceu o lugar.” 

A tentação vem, até porque está escrito: “Estejam alertas e fiquem vigiando
 porque o inimigo de vocês, o Diabo, anda por aí como um leão que ruge,
 procurando alguém para devorar.” (I Pedro 5:8). 

Mas não é só o inimigo das nossas almas que nos tenta. 
A maioria das vezes, somos tentados pelas nossas próprias fraquezas. 
Não importa se é um pedaço de bolo, ou alguma coisa que não devemos ter, 
algo que não devemos fazer, ou um lugar aonde não devemos ir. 

É verdade que não seremos salvos pelas nossas forças e não conseguiremos
 vencer o pecado se não for pela graça de Deus, mas é bom fugirmos da tentação,
 ou seja, ficarmos longe do lugar onde ela está. 

Fujamos das paixões da mocidade e
 procuremos viver uma vida correta,
 com fé, amor e paz, junto com os que com um coração puro
 pedem a ajuda do Senhor. (II Timóteo 2:22).
 Quer dizer, corramos na direção contrária. Se temos problemas
 com bebida alcoólica, não passemos em frente ao bar.
 Em outras palavras, não fiquemos nadando nem brincando
ao redor da isca, muito menos olhando para ela. 

Quão perto podemos nos aproximar do fogo e não nos queimar?
 E se sairmos quando sentirmos cheiro de fumaça? 
A preocupação deve ser: Como podemos ficar o
 mais longe possível do pecado? 

O diabo pode dizer: “Tire uma folga espiritual neste fim de semana.
 Só hoje à noite. Só uma hora. Afinal, é só uma visita à zona proibida.
 Você é maduro e sabe que não vai ficar lá.” 

Uma vez perguntaram para Mel Gibson por que ele tinha colocado 
uma linda mulher com véu para representar o mal no filme A Paixão de Cristo.
 Ele respondeu: “O mal toma a forma de beleza, é quase bonito... ele se disfarça
 e se mascara,
 mas se as antenas de vocês estiverem ligadas, vão identificá-lo.” 

As tentações que temos de enfrentar são as mesmas que os outros enfrentam;
 mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que soframos tentações
 que não temos forças para suportar. Quando uma tentação vier,
 Deus dará forças a nós para suportá-la, e assim poderemos sair dela. (I Coríntios 10:13).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

História do surgimento dos Ministros Extraordinários em 1967. Matéria publicada no Jornal mensal “O VICENTINO” de Batatais-SP.



História do surgimento dos Ministros Extraordinários em 1967.
Matéria publicada no Jornal mensal “O VICENTINO” de Batatais-SP.

“Passei a noite quase toda atendendo confissão. O senhor sabe que sou doente, agora de manhã, fui visitar os enfermos, levar a comunhão, já quase meio dia, não tomei nada, cansado! Será que o Concílio que está de portas abertas para a renovação da Igreja: será que o Papa, os Bispos, Cardeais, não dariam a permissão para um leigo distribuir a comunhão? Me ajudar aqui?”

Pergunta o então PÁROCO DE BAMBUÍ-MG, o Missionário Vicentino Pe. José Nunes Coelho, CM, no final de 1965, em carta dirigida ao seu Bispo, o também vicentino D. Belchior Joaquim da Silva Neto, CM, na época o titular da Diocese de Luz-MG, que se encontrava em Roma participando do Concílio Vaticano II.
Nascia naquele momento a ideia da instituição do MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA EUCARISTIA, hoje adotada nas Paróquias do mundo todo e que tanto contribui para o trabalho pastoral do Padre.
D. Belchior apresenta a sugestão, foi um espanto! Claro que as barreiras surgiram e ele ainda ouviu de vários colegas:
“O senhor está louco! O senhor vai expor o SS. Sacramento à profanação”; “Para o pão consagrado, só mãos consagradas, senhor Bispo!”; - “Se o Papa permitir isso, daqui a pouco até mulheres estarão distribuindo a comunhão”; “Pelo amor de Deus, não espalhe isso, não! É um escândalo, onde já se viu isso! Colocar a hóstia consagrada na mão de leigos! Na minha Diocese isso não entra.”
Tudo isso D. Belchior ouviu pacientemente e finalmente em maio de 1966, veio a autorização de Roma, primeiro a três Irmãos, e em seguida a dez leigos. A partir de 1970 o Papa autorizava para todo o mundo.
Hoje (1999), D. Belchior é Bispo Emérito de Luz-MG, e um colaborador especial do jornal “O Vicentino”, de Batatais-SP. Em sua residência, ele narra à nossa reportagem, e pela primeira vez em nível nacional, todo o desenrolar do processo.

Ministros da Eucaristia: uma iniciativa Vicentina

Uma decisão importantíssima da Igreja Católica tomada no final da década de 1960, e que trouxe resultados marcantes para o bom desenvolvimento do trabalho paroquial, foi a instituição do Ministro Extraordinário da Eucaristia. Como é do conhecimento de todos, há uma carência de Sacerdotes em todo o mundo, principalmente num país-continente como o nosso, de uma enorme população católica e um número reduzido de Padres para atendê-la. A Igreja, através do saudoso Papa Paulo VI, concedeu em 1966, inicialmente no Brasil e depois em 1970 no mundo inteiro, que fosse criado o Ministro Extraordinário da Eucaristia, autorizando-o a distribuir a Sagrada Comunhão; fazer o Culto Dominical, na ausência do Padre; expor o SS. Sacramento; fazer a Encomendação dos defuntos, entre outras.
O mundo todo hoje reconhece o sucesso dessa iniciativa que veio auxiliar e muito, o Pároco, redimensionando o seu trabalho. No entanto, poucos sabem que ela surgiu de um brasileiro, um vicentino na verdadeira acepção do termo, que segundo suas próprias palavras: “Sou um vicentino que tem orgulho de ter nascido na Conferência Vicentina.” D. Belchior Joaquim da Silva Neto, CM - Bispo Emérito de Luz/MG.

Através do casal amigo: Cfr. Geraldo da Silva Dias e Aparecida Célia Dias, de Sto. Antônio do Monte/MG (ele, Presidente do Conselho Central da SSVP e nosso representante naquela cidade), chegou ao conhecimento deste jornal “O VICENTINO”, este fato. Com intuito de bem informar nossos leitores, fomos constatar com o próprio D. Belchior, hoje nosso Colaborador Especial -, em sua residência em Luz-MG. Ali carinhosamente recepcionados por ele, o querido irmão vicentino nos concedeu esta entrevista:

O Vicentino: D. Belchior, como surgiu a ideia da criação do Ministro Extraordinário da Eucaristia?

D. Belchior: Estávamos em 1965, terminando o Concílio Ecumênico Vaticano II em Roma. Eu era Bispo novo, tinha meus 42 anos, e desde o começo frequentei todas as reuniões e como Bispo novo a gente é sempre acanhado, pensei, não vou entrar no meio desses maiorais, para manifestar as minhas ideias. Mas, acontece que na última fase do Concílio, mês de setembro ou outubro, já “preparando as malas para vir embora para o Brasil, chega uma carta do Pe. José Nunes Coelho, CM, vigário de Bambui-MG, (foto abaixo) meu colega de seminário. Dizia ele: “Senhor Bispo, passei a noite quase toda atendendo confissão. O senhor sabe que sou doente, agora de manhã, fui visitar os enfermos, levar a comunhão, já quase meio-dia, não tomei nada, cansado! Será que o Concílio que está de portas abertas para a renovação da Igreja; será que o Papa, os Bispos, Cardeais, não dariam a permissão para um leigo distribuir a comunhão? Me ajudar aqui?
Uma carta longa! Eu pensei, pensei... não vou consultar a ninguém, porque aqui estamos entre duas alas: os Bispos conservadores, como D. Alexandre, D. Castro Maia, e tantos outros e os Bispos mais atualizados com a Igreja. Pensei, não vou consultar que vai dar confusão. Vou à Cúria Romana, vou mostrar a carta e falar com eles. Abram esse caminho para a Igreja! O Padre sozinho, se matando numa paróquia! Fui à Cúria Romana, Sagrada Congregação dos Sacramentos; os quatro Monsenhores me receberam, atenciosos, mas quando toquei neste assunto, eles me disseram: “Senhor Bispo, vai desculpar, o senhor está entrando num assunto delicadíssimo, expondo o Santíssimo Sacramento à profanação! Entenda, para hóstias consagradas, só mãos consagradas senhor Bispo!” Eu disse: mas, essa carta aqui, olhem, o Padre trabalhou tanto tempo! Eles responderam: “É, mas se permitir isso, o senhor vai expor o Santíssimo Sacramento à profanação.” E um deles ainda disse assim: “Se o Papa permitir isso, daqui a pouco até mulheres estarão distribuindo a comunhão!”
Imaginem o que havia naquele tempo! Eu logo vi, tenho que andar devagar. Disse-lhes: senhores Monsenhores, vão me desculpar, mas o Papa Pio XII em uma determinada época, permitiu religiosos levar a comunhão aos doentes. De modos que, quem sabe... Eles retrucaram: “Isso é coisa do Papa, coisa passada, mas hoje não se permite isso.” Saí dali triste, decepcionado. Mas, um daqueles Monsenhores, me acompanhou até a portaria, e disse-me: “Senhor Bispo, o senhor tem facilidade em escrever em latim?” Disse-lhe: sou professor de latim no Seminário. “Escreva uma carta em latim, conte tudo isso, as dificuldades que os padres têm na sua Diocese, são poucos, e se matam no Apostolado da Eucaristia. E quem sabe, o senhor vai diretamente ao Papa, mande uma carta em latim ao Papa. O secretário do Papa, Monsenhor Samoré (ele não era Cardeal ainda), se compraz em dizer que entende bem a língua portuguesa, mande uma carta em português a ele, para ele levar em mãos ao Papa.” Falei, está bom. Agradeci muito a ele, fui ao Domus Mariae, onde estávamos hospedados, escrevi a carta em latim, outra em português, e fui diretamente à Secretaria de Estado. Cheguei lá, o Monsenhor Samoré estava muito gripado, não pode me atender. Mas o secretário dele, quando lhe contei que levava uma carta em latim e o motivo desta carta, e que ele poderia levá-la ao Papa, ele me disse: “O senhor escreveu em português? Ele vai delirar! Porque ele se compraz em dizer que entende bem o português”. Entreguei lá e vim embora.

O Vicentino: Em que data foi autorizado o primeiro Ministro?

D. Belchior: Quando foi o ano seguinte, em 1966, recebi isso aqui - carta com a devida autorização, com data de 7 de maio de 1966 (Veja pág. 8 - “no final desta reportagem”). Primeiro eu pedi para três religiosos, um irmão da Congregação de São Gabriel, professor Necci que está aqui ainda; para um outro irmão da Congregação da Divina Providência, Ir. Eugênio; e o terceiro para um irmão dos Padres Sacramentinos, Frei Pio, Diretor da Obra da Boa-Imprensa. Foi a primeira resposta que recebi. Depois eu pedi a licença para os leigos também. Veio a licença para esses três Irmãos, e depois veio uma carta da Secretaria de Estado: “O Papa pede para fazer a experiência com dez leigos: homens experimentados, de piedade comprovada, e que mereçam toda a confiança, que façam um curso, uma preparação, e tenham uma veste especial, para caracterizá-los, um distintivo especial para mostrar que eles estão encarregados de uma missão muito importante.” É justamente o que usam os Ministros hoje.

O Vicentino: D. Belchior, esta sugestão já tinha sido apresentada ao Chefe Supremo da Igreja antes ou ela é pioneira em todo o mundo?

D. Belchior: Não, nada consta. Foi uma novidade. Em 1965, o Concílio estava terminando, eles disseram uma coisa que eu não disse aqui: “Olha uma coisa dessas, senhor Bispo, deveria ser tratado quando nós preparamos a Constituição Apostólica sobre o “Sacrosanctum Concilium”. O senhor deixou passar, agora não há mais tempo para tratar disso, já estamos no fim do Concílio.”

O Vicentino: E hoje, esta prática é adotada universalmente?

D. Belchior: Desde 1970, fiquei sabendo que o Papa permitiu para o mundo todo. Agora quanto às mulheres, os Padres mesmo foram facilitando. Por quê a discriminação? Mas lá na Sagrada Congregação eles falaram comigo: “Se o Papa permitir isso, daqui a pouco até mulheres estarão dando comunhão!” Já pensaram?

O Vicentino: Então, da Diocese de Luz/MG, saíram os primeiros Ministros da Eucaristia do mundo?

D. Belchior: Sim, podem levar as cópias desses documentos para publicarem, que vieram de Roma.

O Vicentino: Quais os primeiros leigos que se tornaram Ministros?

D. Belchior: Quando recebi a resposta autorizando fazer uma experiência com dez leigos, imediatamente fui a Bambuí falar com o Pe. José Nunes. Visitamos alguns candidatos de reconhecida idoneidade moral e piedade comprovada, mas nenhum deles aceitou o convite, talvez por medo de ser considerados clericais ou eclesiásticos. Nem o Fão, de Bambuí, o Manuel Soares, de Tapiraí, o José Namitala, de Medeiros. (Na foto ao lado os primeiros Ministros; hoje, falta escanear a foto).
De volta, eu estava com um Padre novo, meu amigo, e eu lhe disse: que nome daremos a esses distribuidores da comunhão? O que você acha? Ele pensou, e disse-me: “Acólitos”. Eu disse: Acólito é um nome difícil de falar, depois acrescentei: eles são Ministros, e para ministrar. Aí ele disse, “que tal Ministro da Eucaristia”? Eu lhe disse: É muito pomposo esse nome, Ministro da Eucaristia é o Padre, então poderemos dizer “Ministro Extraordinário da Eucaristia”, que é o nome correto.
Escrevi a Roma dizendo que fizera experiência com dez homens de piedade comprovada, conhecidos na Diocese, a maioria confrades vicentinos, e estão distribuindo a comunhão aos doentes, ajudando o vigário na Paróquia, e comungando com as suas próprias mãos. Recebi a resposta imediatamente: “Faça experiência com mais dez e nos conte como eles estão procedendo.” Fiz igualzinho em 1967 ou 68, não me lembro bem.

O Vicentino: Qual foi a receptividade dos Bispos Brasileiros sobre a questão?

D. Belchior: Aqui no Brasil, teve muitos Bispos que não aceitaram de jeito nenhum, não aprovaram. Teve um, de uma Diocese do Norte de Minas, que veio aqui estar comigo. “Senhor Bispo, pelo amor de Deus, não espalhe isso não! É um escândalo, onde já se viu isso! Colocar a hóstia consagrada nas mãos de leigos! Na minha Diocese isso não entra.” Eu lhe respondi: “Já está feito, o que vamos fazer agora? É tocar para frente, eu acho que isso vai fazer muito bem à Igreja.” Ele já morreu. Hoje tem outro Bispo lá, e recentemente eu estive com ele e ouvi dele: “Foi a maior bênção na nossa Diocese. Todas as Paróquias já têm Ministros.” Estão vendo? Pelo menos essa alegria eu levarei para junto de Deus. Encontrei muitas dificuldades no começo, me chamaram até de louco, “Isso é loucura, senhor Bispo!”

O Vicentino: D. Belchior, o senhor nunca publicou este fato tão importante para a Igreja?

D. Belchior: Eu só publiquei isso aqui no nosso “Jornal de Luz”, porque D. João Resende Costa, e D. Serafim, de Belo Horizonte me disseram: “D. Belchior, o senhor nunca escreveu nada sobre isso?” Disse-lhes: “Não escrevi e não vou escrever, porque isso fica parecendo vaidade. Porque é algo que tomou vulto maior do que eu poderia pensar, e eu não vou entrar nessa não.” D. João Resende Costa, que me sagrou Bispo disse-me: “D. Belchior, em consciência, o senhor é obrigado a contar como aconteceu isso, sobretudo os vexames que o senhor passou.”

O Vicentino: O “Jornal de Luz” publicou em maio/97 com o título “Como nasceram os Ministros da Eucaristia”, matéria (diga-se de passagem muito bem elaborada) onde o senhor narra todo este acontecimento. Agora, em nível nacional é a primeira vez que isso é levado ao conhecimento público?

D. Belchior: Sim, eu só falei antes em 97 ao nosso jornal aqui da cidade.

Quem é D. Belchior?

Nasceu em Araújos, Minas Gerais, próximo a Bom Despacho, Centro-Oeste Mineiro, aos 7 de novembro de 1918. Primeiro filho do casal Belchior Joaquim da Silva Zico (1895-1978) e de Anita Maria da Silva (1898-1959). Fez o curso primário em Luz, para onde seus pais mudaram-se em 1922. Aos 13 anos de idade, foi estudar no Colégio do Caraça, da Congregação da Missão (fundada em Paris/França, por São Vicente de Paulo em 1625), onde cursou o 1° e 2° graus, e posteriormente ingressou no Seminário Maior de Petrópolis-RJ. Ordenou-se Sacerdote pelas mãos de D. João Cavatti, CM - Bispo de Caratinga-MG, em 8 de dezembro de 1945 em Petrópolis, tornando-se Missionário Lazarista Vicentino. Seu primeiro trabalho foi como professor no Seminário de Diamantina-MG e depois Reitor dos Seminários Menor e Maior, permanecendo ali sete anos. Por determinação dos Superiores, transferiu-se para o Seminário S. Vicente de Paulo de Fortaleza-CE, para a Escola Apostólica, ficando lá três anos, pregando nas capitais da região. No fim de 1955, faleceu o Superior de Diamantina, Pe. José Pires, e ele veio substituí-lo por um ano. Retorna a Fortaleza, para assumir o maior Seminário do Nordeste, o Seminário de Prainha, onde estudaram D. Hélder, D. Eugênio, grandes Bispos Arcebispos e Cardeais. No dia 24 de abril de 1960, na Matriz de São José do Calafate, em Belo Horizonte-MG, D. João Resende Costa o sagrou Bispo da Diocese de Luz, nomeado pelo Papa João XXIII. E onde ficou até completar os 75 anos de idade, quando, de acordo com o Código do Direito Canônico pediu um substituto. Em 18 de maio de 1994, passou o báculo a Dom Eurico dos Santos Veloso, que dirige a Diocese.

O Sacerdote de Cristo

Minha vocação é até curiosa: Eu nunca tinha pensado em ser Padre. Meu pai vendeu a fazenda e montou um estabelecimento comercial em Perdigão. Ele ficou cego de uma vista e o médico o aconselhara a mudar-se para a cidade. Lá ficou sabendo que existia um lugar chamado Aterrado (hoje Luz), onde o dinheiro corre; é o “Império do Café”, como dizia antigamente. Me lembro, viemos a cavalo, eu tinha quatro anos, Pe. Tobias tinha dois, minha irmãzinha Maria do Carmo estava ainda nos braços e viemos para cá. Somos oito irmãos: quatro casados, quatro consagrados a Deus.
Uma Freira, um Padre, um Bispo e um Arcebispo que é o Arcebispo de Belém do Pará, D. Vicente Joaquim Zico. Os outros irmãos casaram-se muito bem, graças a Deus, são pais de muitos filhos.
Papai abriu um comércio aqui e se deu maravilhosamente. Do comércio, ele passou a trabalhar em Banco. Foi gerente do Banco Minas Gerais, correspondente do Banco da Lavoura, e do Banco Hipotecário. Meu pai saiu-se bem em tudo o que mexia. Foi convidado para entrar para a política, ele disse: “Isso eu não entro não”. “Não é política, o senhor vai ser o nosso Prefeito”, disseram. Primeiro Getúlio Vargas, estava escolhendo os Intendentes Municipais: papai foi o escolhido. Mais tarde concorreu em eleição com a maior figura daqui, o Dr. Josafá Macedo e venceu com uma maioria de votos tremenda. Tínhamos naquela época cerca de 3.500 votos, só não votaram nele 400 eleitores... Eu sempre fui um menino muito levado, gostava de jogar bola e um dia estava numa ‘pelada’ como se diz, em frente à nossa casa, numa poeira danada, quando entrou um menino que não era dos nossos, um ex-seminarista, que chegava do Caraça. Ele dirigiu-se a mim dizendo: “É verdade que você vai estudar no Colégio?” Respondi: estou com as malas prontas, vou para o Colégio São Geraldo de Pará de Minas. Aí ele disse-me: “Por que você não vai estudar no Caraça?” Eu falei: “O que e isso?” “Olha, o Caraça é o maior Colégio de Minas Gerais, agora estão mudando de Colégio para Seminário, mas vá lá para estudar. Se servir para Padre, bem, se não servir não tem importância, dali você pode entrar para uma Faculdade e abraçar qualquer profissão diferente.” E confidenciou-me: “Mas, para você ser feliz, você tem que dizer que quer ser Padre. Aí você já entra com um bom cartaz.” Pensei, então vou começar agora. Acabou o jogo. Cheguei em casa. Minha mãe e minha avó estavam lá. “As suas malas estão prontas, seu pai vai levá-lo na próxima semana para o Colégio em Pará de Minas.” Falei: mamãe, eu vou dizer uma coisa: não quero ir para lá não. “Mas, o que é isso? Você já falou com seu pai. está tudo combinado, o enxoval pronto.” É que agora eu resolvi: quero ser Padre. Elas riram! “Ser Padre? Você nunca falou isso! Não tem Padre na nossa família; por quê ser Padre?” A senhora nem queria saber o Dezico, o rapaz que falou comigo, disse que lá no Caraça é bom demais. Tem muita laranja, frutas em quantidade. Futebol? Tem dois campos. Nadar? Tem dois tanques (não se falava piscina); e um rio passa em frente ao Colégio. Agora eu quero é ser Padre mesmo. Mamãe: “Então é para isso que você quer ser Padre? Não fale isso a seu pai.”
Meu pai era um Vicentino desses firmes, positivo! Era o pobre e Deus, Deus e o pobre. Não venha com falcatruas que ele não aceitava. Mamãe continuou: “Não vai dizer ao seu pai que você vai por causa das laranjas, futebol; ele não deixa. De mais a mais, o enxoval está pronto.”
Então como faço? Vovó disse-me: “Se seu pai perguntar o motivo, diz que é por causa de Deus e salvação das almas”. Falei, Nossa Senhora que trem difícil de falar! Nisso papai entra. “Como é que é, está tudo pronto? se referia ao almoço. Vovó não resistiu: “Sabe o que o Belchiorzinho está falando? Está querendo ser Padre!” Ele me perguntou: “Por quê você quer ser Padre?” Eu disse-lhe: “Papai, a vovó que sabe... Mas eu quero.” Antes de ele morrer, ainda me disse brincando: “No começo você nem sabia porquê queria ser Padre.”
Veja que coincidência, minha família vicentina, eu não sabia que São Vicente tinha fundado uma Congregação, e fui ser Padre Missionário desta Congregação. Depois foram meus irmãos: Pe. Tobias, Luiz, e o mais novo, Vicente, atual Arcebispo de Belém do Pará. Luiz não continuou, ficou doente, depois casou-se muito bem, mora em Belo Horizonte.
O fato é que venci os estudos com certa facilidade, graças a Deus. Nunca repeti ano. Nas vésperas de ser Padre, fiz os votos de castidade, pobreza e obediência na Congregação. É claro que a gente que é homem, vem logo o ponto de vista de castidade e, na véspera do subdiaconato me lembro que era uma hora da madrugada, vi a luz acesa do quarto do reitor. Estava de pijama e fui lá. Ele me disse: “Que é que houve?” Eu disse: “Não vou continuar, não sirvo para Padre. Padre tem que fazer votos de castidade, e muito difícil; não sei se dou conta.” Ele disse-me: “Você veio me avisar que vai embora, ou veio pedir uma palavra minha, um conselho?” Claro que a sua palavra é importante. O senhor é o meu diretor; era o Pe. Antônio Mourão. “Então venha aqui no fim do ano (era mais ou menos outubro ou novembro); no fim do ano você vai dizer a sua palavra decisiva”. Resumindo, até hoje não voltei. Pensei, se é sacrifício, o maior sacrifício que eu posso fazer a Deus e entregar a minha vida, e Ele vai tomar conta de mim. Se Ele me criou à sua imagem e semelhança, se Ele me criou para uma missão para cumprir, e ela está aqui na minha frente, eu vou me afastar, vou renegar a este chamado? Agora, não esperava ser Bispo.

SSVP na sua vida

Meu pai desde rapazinho frequentava a Conferência Vicentina de Perdigão, porque não existia em Araújos. Quando começou a aparecer o povoado, meu pai juntou-se ao “preto”, um antigo escravo da fazenda, que era carne e osso com o papai, e disse: “Agora vamos a Araújos.” “Mas lá não tem Conferência”, disse o escravo. “Então nos vamos fundar uma lá.” É a Conferência de São Sebastião, até hoje funcionando.
Mudando para o Aterrado, que se tornou a cidade de Luz, meu pai também fundou Conferências. Participava de tudo e fazia questão de me levar, ainda menino, para a Conferência. Ele fundou a Conferência de São Luiz para nós: eu, o Tobias, o Vicente, as meninas; nós íamos com o meu pai. De modos que nasci na Conferência Vicentina.
Me considero um vicentino, me orgulho de ser Vicentino, tenho a minha Conferência aqui, que é a Nossa Senhora Aparecida. Com a minha doença não tenho podido frequentá-la, mas sempre depois da Missa nós nos reuníamos. Sou membro desta Conferência. Não apenas me considero vicentino, mas tenho uma admiração louca pelos vicentinos.

O Vicentino: D. Belchior muito obrigado pela carinhosa acolhida, pela entrevista e pelas suas colaborações que honram e enriquecem este jornal. Esperamos continuar merecendo-as.

D. Belchior: Eu é que tenho que agradecer muito. Vocês sabem, sou vicentino de coração, entrei no Ministério de Deus, pela Congregação de São Vicente de Paulo. Nunca pensava que pelo fato de ser um humilde vicentino, ser chamado com os meus irmãos, para uma Congregação fundada por São Vicente de Paulo!
Agradeço muito a vocês, uma visita dessas, é uma visita de um representante de São Vicente de Paulo. Muito obrigado.


CARTA COLETIVA

(De D. Belchior Joaquim da Silva Neto, CM, aos Padres da Diocese de Luz em 7 de novembro de 1967)

Caríssimos Padres, L. J. C.

Esta missiva é um apêndice ou anexo necessário ao “BOLETIM DO CLERO”; sobre o Ministro da Eucaristia em nossa Diocese, concedido, graciosamente pelo Santo Padre, em vista da promoção do Leigo ao serviço da Igreja.
O Documento vem datado de 20 do corrente, ou antes de outubro findo (prot. 1951/66- 15246), autorizando os leigos a exercerem o ministério da Eucaristia em favor do povo de Deus. Podemos, portanto, assim definir-lhes as faculdades:

1ª - receberem a S. Comunhão das próprias mãos ou darem-se pessoalmente a comunhão.
2ª - levarem a S. Comunhão aos enfermos.
3ª - ajudarem a distribuir a S. Comunhão na Igreja, caso esteja o vigário ocupado ou seja, grande acúmulo de fiéis.
4ª - fazerem o Culto dominical, em ausência do vigário, explicarem as sagradas leituras, ao alcance dos fiéis, ajudarem a administração dos Sacramentos.
5ª - Exporem o SS. Sacramento para adorações e Horas Santas.
6ª - proporcionarem a Bênção do SS. Sacramento, com exposição e reclusão das S. Espécies.
7ª - fazerem e Encomendação dos defuntos com as orações do Ritual.

Atenção: pedimos aos RR. vigários fazerem a apresentação dos candidatos.
1° - que sejam cristãos exemplares na Paróquia ou nas Capelas onde vão exercer o ministério da Eucaristia.
2º - que, mesmos casados, não sejam gananciosos ou interesseiros, visando qualquer lucro, pois será um ofício inteiramente gracioso, sem remuneração, baseado na caridade, no que esta virtude tem de mais sublime, que é o ministério Eucarístico.
3º - que não sejam políticos ou militantes ostensivamente em facções políticas, pois seria trazer odiosidade para serviço tão santo e grandioso.
4° - que tenham certa cultura, podendo ler os livros santos, Epístolas, Evangelhos, para uma conveniente explicação aos fiéis, no Culto Dominical.
Com o exercício do ministério, daremos, depois, outros esclarecimentos.
Humilde servo em Cristo N. Senhor
D. Belchior - Bispo Diocesano de Luz

Dom Belchior faleceu em 24 de maio de 2000